Philip Roth
sexta-feira, 25 de março de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
CÂNCER
Corrói o meu peito. Dói. Queima.
[Penso que é um câncer]
Minhas mãos tremem e suam.
A vista embaça.
As pernas fraquejam e me apóio na parede para não cair.
[Sinto que é um câncer]
E dentro de mim há uma explosão.
Me inclino.
Abro a boca e jorra quente: "Sim, eu estou com ciúmes!"
[É um câncer]
[Penso que é um câncer]
Minhas mãos tremem e suam.
A vista embaça.
As pernas fraquejam e me apóio na parede para não cair.
[Sinto que é um câncer]
E dentro de mim há uma explosão.
Me inclino.
Abro a boca e jorra quente: "Sim, eu estou com ciúmes!"
[É um câncer]
segunda-feira, 14 de março de 2011
VAZIO
Ele não entende por que as pessoas sofrem tanto por amor! No seu caso, por exemplo, sempre resolveu isso bem. Afinal, soube preencher sua vida com muitos vazios.
Noites insones em festas barulhentas, regadas a beijos insípidos de mulheres sem rostos. Gozos efêmeros entre coxas insossas.
Ergue a taça cheia, brinda à solidão, e traga toda a amargura contida naquele líquido que desce rasgando a garganta. Diz que tem gosto de vida e dá uma cusparada.
Logo mais o estômago protesta fazendo-o regurgitar pedaços daquela que o completava. Agora é um meio-homem. O sobejo no canto da boca é tratado com mais atenção que sua inabilidade de manter um relacionamento.
E num lampejo de meio-sobriedade, vê, sente, sabe, que o buraco em seu peito está mais largo, mais fundo e mais dolorido...
Noites insones em festas barulhentas, regadas a beijos insípidos de mulheres sem rostos. Gozos efêmeros entre coxas insossas.
Ergue a taça cheia, brinda à solidão, e traga toda a amargura contida naquele líquido que desce rasgando a garganta. Diz que tem gosto de vida e dá uma cusparada.
Logo mais o estômago protesta fazendo-o regurgitar pedaços daquela que o completava. Agora é um meio-homem. O sobejo no canto da boca é tratado com mais atenção que sua inabilidade de manter um relacionamento.
E num lampejo de meio-sobriedade, vê, sente, sabe, que o buraco em seu peito está mais largo, mais fundo e mais dolorido...
quinta-feira, 10 de março de 2011
ENCONTRO
O "olá!" é dito sem o entusiasmo de outrora. Não parece haver interesse nas perguntas. Tudo é mecânico... "Como vai?"; "E o trabalho?"; "'Tá tudo bem?"... Apenas cumprindo uma formalidade.
Por fim, a conversa se resume ao valor do cartão de crédito que deverá ser pago até o final do mês.
E o "tchau" é falado com alívio...
Por fim, a conversa se resume ao valor do cartão de crédito que deverá ser pago até o final do mês.
E o "tchau" é falado com alívio...
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