Ele não entende por que as pessoas sofrem tanto por amor! No seu caso, por exemplo, sempre resolveu isso bem. Afinal, soube preencher sua vida com muitos vazios.
Noites insones em festas barulhentas, regadas a beijos insípidos de mulheres sem rostos. Gozos efêmeros entre coxas insossas.
Ergue a taça cheia, brinda à solidão, e traga toda a amargura contida naquele líquido que desce rasgando a garganta. Diz que tem gosto de vida e dá uma cusparada.
Logo mais o estômago protesta fazendo-o regurgitar pedaços daquela que o completava. Agora é um meio-homem. O sobejo no canto da boca é tratado com mais atenção que sua inabilidade de manter um relacionamento.
E num lampejo de meio-sobriedade, vê, sente, sabe, que o buraco em seu peito está mais largo, mais fundo e mais dolorido...
segunda-feira, 14 de março de 2011
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