Hoje é primeiro de dezembro e automaticamente o “tempo muda”! Sabe aquele ar de melancolia? Pois é, já estamos nele.
Fico pensando se isso é só comigo (que não gosto deste período) ou se todo mundo sente isso. Porque sinceramente tem momentos que chego a sentir o ar “carregado”. Carregado de lembranças (elas sempre voltam com mais força neste período), de felicidades (para alguns), de tristeza (para outros), de falsidade (para muitos!). Por falar em falsidade, por que as pessoas tendem a ficar mais falsas nesta época?! Pessoas desejando “tudo de bom de todo o coração” para outras, quando na verdade sabemos que elas não se suportam. Aí é aquele festival de abraços, beijos, de “muitas felicidades”, “que tudo se realize” e etc.
E a partir do primeiro de janeiro automaticamente o “tempo muda” (de novo!)! Voltam as fofocas (quer dizer, elas nunca foram, só estavam mais tímidas no canto), e a competição acirrada. Falando em competição, a preferida é “Puxar Tapete”, tem gente que é craque nessa modalidade. Poderia até formar a Seleção Brasileira de Puxada de Tapete (!). Mas seria perigoso, pois os “atletas” não distinguem o adversário, na verdade, para eles, todos são adversários.
Mas por favor, não me considerem alguém pessimista, ou desacreditado na redenção humana. Existe uma esperança, pois o final do próximo ano também vai chegar, e aí todo mundo fica feliz e bonzinho de novo, até o ano acabar...
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
AMAR DÓI?
Amar dói! Sem dúvida, a afirmação está muito generalizada, pois amar é bom e a dor é ruim. Por outro lado, devemos admitir que, amar dói porque exige muito da gente. Exige inclusive, que aprendamos a deixar-nos amar. Parece que este último é o mais difícil, pois não fazemos nenhum esforço, temos apenas que, consentir e acolher o amor do outro que quer nos invadir.
Mas parece que aí está o problema. Às vezes, entendemos o amor do outro, que quer amar do seu jeito, e que, geralmente, é muito diferente do nosso jeito, como uma ruptura de nossa intimidade. E na verdade, é isso mesmo. O amor do outro, desconcentra, chateia, incomoda, faz tudo isso e muito mais, pelo simples fato de que temos medo do que possa acontecer se nos deixarmos invadir por alguém.
Por mais que queiramos alguém, por mais que amemos, parece sempre difícil dar o passo de abrir-se para que o outro nos ame com o seu modo de amar.
Mas não podemos nos cegar, a ponto de não perceber os amores que nos rodeiam. Que não estejamos insensíveis para SENTIR a dor invasora do amor de tanta gente que nos quer muito. E essa dor invasora tem uma importância em nossa vida que, talvez, não nos demos conta. Ela está aí para que percebamos e SINTAMOS que não estamos sós, e que somos muito amados.
Uma vez percebido isso, percebido não, SENTIDO esse amor, aí sim poderemos aceitar as perdas dos “outros amores”. Isso porque não existe uma fórmula para aceitar. E a "fórmula" não existe porque, embora tivesse uma, ela só iria servir para cada pessoa. Cada uma com sua particularidade. Pois para esse danado sentimento que se chama Amor, compete a cada um de nós desenvolvermos nosso conhecimento sobre ele e o modo como absorvê-lo e conviver com ele. Caso contrário, a perda de um amor, pode parecer a perda DO amor. E isso seria terrível.
Independente da relação, nós devemos perceber que esse amor que nos invade de várias formas, seja com esposa (o), namorada (o), amigos, família, mesmo sendo difícil, é algo bom.
Mas parece que o sentimento não é estático, é algo dinâmico, porque a Vida é dinâmica. E o sentimento é uma expressão da vida em nós. E por ser assim, ele se transforma. Às vezes é mais intenso e menos intenso, mas nunca deixa de ser sentimento. Por algum motivo, ele se transforma, mas nunca se acaba. A questão é que para estar com alguém, unidos por um sentimento em comum, necessita que a partilha seja equivalente, caso contrario seria muito difícil continuar.
Mas quer saber? Não fuja dessa dor, não deixe de chorar, não deixe de pedir ajuda a um amigo. E não queira esquecer esse amor. Porque realmente não tem que esquecê-lo. Antes o contrario, pois a pessoa que você era antes de amar, não é a mesma de agora. Isso significa que, o amor também te deu muito.
Se for possível resumir tudo isso, eu diria: Viva esse momento com intensidade, e não tenha medo dessa dor terrível (ela é uma merda mesmo, mas você sobreviverá!).
Mas parece que aí está o problema. Às vezes, entendemos o amor do outro, que quer amar do seu jeito, e que, geralmente, é muito diferente do nosso jeito, como uma ruptura de nossa intimidade. E na verdade, é isso mesmo. O amor do outro, desconcentra, chateia, incomoda, faz tudo isso e muito mais, pelo simples fato de que temos medo do que possa acontecer se nos deixarmos invadir por alguém.
Por mais que queiramos alguém, por mais que amemos, parece sempre difícil dar o passo de abrir-se para que o outro nos ame com o seu modo de amar.
Mas não podemos nos cegar, a ponto de não perceber os amores que nos rodeiam. Que não estejamos insensíveis para SENTIR a dor invasora do amor de tanta gente que nos quer muito. E essa dor invasora tem uma importância em nossa vida que, talvez, não nos demos conta. Ela está aí para que percebamos e SINTAMOS que não estamos sós, e que somos muito amados.
Uma vez percebido isso, percebido não, SENTIDO esse amor, aí sim poderemos aceitar as perdas dos “outros amores”. Isso porque não existe uma fórmula para aceitar. E a "fórmula" não existe porque, embora tivesse uma, ela só iria servir para cada pessoa. Cada uma com sua particularidade. Pois para esse danado sentimento que se chama Amor, compete a cada um de nós desenvolvermos nosso conhecimento sobre ele e o modo como absorvê-lo e conviver com ele. Caso contrário, a perda de um amor, pode parecer a perda DO amor. E isso seria terrível.
Independente da relação, nós devemos perceber que esse amor que nos invade de várias formas, seja com esposa (o), namorada (o), amigos, família, mesmo sendo difícil, é algo bom.
Mas parece que o sentimento não é estático, é algo dinâmico, porque a Vida é dinâmica. E o sentimento é uma expressão da vida em nós. E por ser assim, ele se transforma. Às vezes é mais intenso e menos intenso, mas nunca deixa de ser sentimento. Por algum motivo, ele se transforma, mas nunca se acaba. A questão é que para estar com alguém, unidos por um sentimento em comum, necessita que a partilha seja equivalente, caso contrario seria muito difícil continuar.
Mas quer saber? Não fuja dessa dor, não deixe de chorar, não deixe de pedir ajuda a um amigo. E não queira esquecer esse amor. Porque realmente não tem que esquecê-lo. Antes o contrario, pois a pessoa que você era antes de amar, não é a mesma de agora. Isso significa que, o amor também te deu muito.
Se for possível resumir tudo isso, eu diria: Viva esse momento com intensidade, e não tenha medo dessa dor terrível (ela é uma merda mesmo, mas você sobreviverá!).
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
*-*
Primeira montagem que eu fiz no Photophiltre Studio x)~
Eu sei que tá bem simples a montagem... mas geeeente! É a minha primeira né? ^^
Pensando em Você - Pimentas do Reino
Estava satisfeito só em ser teu amigo
Mas o que será, que aconteceu comigo?
Aonde foi que eu errei?
Às vezes me pergunto se eu não entendi errado
Grande amizade com estar apaixonado
Se for só isso logo vai passar
Mas quando toca o telefone será você?
O que eu estiver fazendo eu paro de fazer
E se fica muito tempo sem me ligar
Arranjo uma desculpa pra te procurar
Que tolo mas eu não consigo evitar
Porque eu só vivo pensando em você
É sem querer, você não sai da minha cabeça mais
Eu só vivo acordado a sonharImaginar nós dois
Às vezes penso ser um sonho impossível
Uma ilusão terrível será?
Eu já pedi tanto em oração
Que as portas do seu coração
Se abrissem pra eu te conquistar
Mas que seja feita a vontade de Deus
Se ele quiser então, não importa quando, onde
Como eu vou ter teu coração
:*
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
"Amar a un ser humano"
Amar a un ser humano es aceptar la oportunidad de conocerlo
verdaderamente y disfrutar de la aventura de explorar y
descubrir lo que guarda más allá de sus máscaras y sus defensas; contemplar con ternura sus más profundos sentimientos, sus temores, sus carencias, sus esperanzas y alegrías, su dolor y sus anhelos; es comprender que detrás de su careta y su coraza, se encuentra un corazón sensible y solitario, hambriento de una mano amiga, sediento de una sonrisa sincera en la que pueda sentirse en casa;
es reconocer, con respetuosa compasión, que la desarmonía y el caos en los que a veces vive son el producto de su ignorancia y su inconsciencia, y darte cuenta de que si genera desdichas es porque aún no ha aprendido a sembrar alegrías, y en ocasiones se siente tan vacío y carente de sentido, que no puede confiar ni en si mismo; es descubrir y honrar, por encima de cualquier apariencia, su verdadera identidad, y apreciar honestamente su infinita grandeza como una expresión única e irrepetible de la Vida.
Amar a un ser humano es ser suficientemente humilde como para recibir su ternura y su cariño sin representar el papel del que nada necesita; es aceptar con gusto lo
que te brinda sin exigir que te dé lo que no puede o no desea; es agradecerle a la Vida el prodigio de su existencia y sentir en su presencia una auténtica bendición en tu sendero; es disfrutar de la experiencia sabiendo que cada día
es una aventura incierta y el mañana, una incógnita perenne; es vivir cada instante como si fuese el último que puedes compartir con el otro, de tal manera que cada reencuentro sea tan intenso y tan profundo como si fuese la primera vez que lo tomas de la mano, haciendo que lo cotidiano sea siempre una creación distinta y milagrosa.
Amar a un ser humano es también atreverte a establecer tus propios limites y mantenerlos firmemente; es respetarte a ti mismo y no permitir que el otro transgreda aquello que consideras tus derechos personales; es tener tanta confianza en ti mismo y en el otro, que sin temor a que la relación se perjudique, te sientas en libertad de expresar tu enojo sin ofender al ser querido, y puedas manifestar lo que te molesta e incomoda sin intentar herirlo o lastimarlo.
Es reconocer y respetar sus limitaciones y verlo con aprecio sin idealizarlo;
es compartir y disfrutar de los acuerdos y aceptar los desacuerdos, y si llegase un día en el que evidentemente los caminos divergieran sin remedio, amar es ser capaz de despedirte en paz y en armonía, de tal manera que ambos se recuerden con gratitud por los tesoros compartidos.
Amar a un ser humano es ir más allá de su individualidad como persona; es percibirlo y valorarlo como una muestra de la humanidad entera,
como una expresión del Hombre, como una manifestación palpable de esa esencia trascendente e intangible llamada "ser humano", de la cual tu formas parte; es reconocer, a través de él, el milagro indescriptible de la naturaleza humana, que es tu propia naturaleza, con toda su grandeza y sus limitaciones; apreciar tanto las facetas luminosas y radiantes de la humanidad,
como sus lados obscuros y sombríos; amar a un ser humano, en realidad,
es amar al ser humano en su totalidad; es amar la auténtica naturaleza humana, tal como es, y por tanto, amar a un ser humano es amarte a ti mismo y sentirte orgulloso de ser ~ una nota en la sinfonía de este mundo ~.
verdaderamente y disfrutar de la aventura de explorar y
descubrir lo que guarda más allá de sus máscaras y sus defensas; contemplar con ternura sus más profundos sentimientos, sus temores, sus carencias, sus esperanzas y alegrías, su dolor y sus anhelos; es comprender que detrás de su careta y su coraza, se encuentra un corazón sensible y solitario, hambriento de una mano amiga, sediento de una sonrisa sincera en la que pueda sentirse en casa;
es reconocer, con respetuosa compasión, que la desarmonía y el caos en los que a veces vive son el producto de su ignorancia y su inconsciencia, y darte cuenta de que si genera desdichas es porque aún no ha aprendido a sembrar alegrías, y en ocasiones se siente tan vacío y carente de sentido, que no puede confiar ni en si mismo; es descubrir y honrar, por encima de cualquier apariencia, su verdadera identidad, y apreciar honestamente su infinita grandeza como una expresión única e irrepetible de la Vida.
Amar a un ser humano es ser suficientemente humilde como para recibir su ternura y su cariño sin representar el papel del que nada necesita; es aceptar con gusto lo
que te brinda sin exigir que te dé lo que no puede o no desea; es agradecerle a la Vida el prodigio de su existencia y sentir en su presencia una auténtica bendición en tu sendero; es disfrutar de la experiencia sabiendo que cada día
es una aventura incierta y el mañana, una incógnita perenne; es vivir cada instante como si fuese el último que puedes compartir con el otro, de tal manera que cada reencuentro sea tan intenso y tan profundo como si fuese la primera vez que lo tomas de la mano, haciendo que lo cotidiano sea siempre una creación distinta y milagrosa.
Amar a un ser humano es también atreverte a establecer tus propios limites y mantenerlos firmemente; es respetarte a ti mismo y no permitir que el otro transgreda aquello que consideras tus derechos personales; es tener tanta confianza en ti mismo y en el otro, que sin temor a que la relación se perjudique, te sientas en libertad de expresar tu enojo sin ofender al ser querido, y puedas manifestar lo que te molesta e incomoda sin intentar herirlo o lastimarlo.
Es reconocer y respetar sus limitaciones y verlo con aprecio sin idealizarlo;
es compartir y disfrutar de los acuerdos y aceptar los desacuerdos, y si llegase un día en el que evidentemente los caminos divergieran sin remedio, amar es ser capaz de despedirte en paz y en armonía, de tal manera que ambos se recuerden con gratitud por los tesoros compartidos.
Amar a un ser humano es ir más allá de su individualidad como persona; es percibirlo y valorarlo como una muestra de la humanidad entera,
como una expresión del Hombre, como una manifestación palpable de esa esencia trascendente e intangible llamada "ser humano", de la cual tu formas parte; es reconocer, a través de él, el milagro indescriptible de la naturaleza humana, que es tu propia naturaleza, con toda su grandeza y sus limitaciones; apreciar tanto las facetas luminosas y radiantes de la humanidad,
como sus lados obscuros y sombríos; amar a un ser humano, en realidad,
es amar al ser humano en su totalidad; es amar la auténtica naturaleza humana, tal como es, y por tanto, amar a un ser humano es amarte a ti mismo y sentirte orgulloso de ser ~ una nota en la sinfonía de este mundo ~.
Juro Solenemente não fazer nada de bom =D
Meu primeiro post no Submundo e eu tive que postar falando sobre o nosso DIÁRIO!!!!
Até que enfim o Lipe deixou o Diário ser feliz e rodar pelo Brasil e mundo a fora ^^'
Até que enfim o Lipe deixou o Diário ser feliz e rodar pelo Brasil e mundo a fora ^^'
E teve gente [eu por exemplo] que achou que o Diário fosse "pular carnaval" em SJC.
É isso ai Lipe! Mas... e o meu prêmio?
Vai pular carnaval não né? Pow.. to pagando mico por causa dele
hdaushdusahdusahda
Vou postar um pedacinho da música que eu to ouvindo:
Sem Moderação - Strike
Me arrepender, só daquilo que eu não fiz
Hoje eu posso tentar descomplicar pra te ter aqui
Quero encontrar defeito em quem te leva a perfeição
Se o melhor desfecho é o que te entrega em minhas mãos
Já que a vida é de quem se atreve a viver e o meu sonho de consumo é você
Te ganhar me leva a perdição
Eu te aprecio sem moderação
Malfeito, feito
:*
domingo, 18 de novembro de 2007
CHIQUINISMO
Essa é em homenagem ao nosso Pensador, Diego Chiquinho! E para aqueles que estão indo para o Lado Negro da Força [Chiquinismo] também. [rsrsrsrsrs...]
Embora eu acredite que, um dia, ele irá gritar a plenos pulmões que está apaixonado... Mas até lá, deixemos que ele pense o contrário.
Diego, que você aproveite a sua vida o máximo que puder, mas com muita responsabilidade!
Bota o bumerangue pra voar, guri!!!!
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
DIA QUENTE
Dia quente! Na verdade, insuportavelmente quente! O escritório estava um verdadeiro caos, com pessoas andando de lá pra cá, com muito barulho e muito calor. Rafael que costumeiramente nunca se queixa de nada estava impaciente, e só pensava em terminar seu serviço e ir embora para casa. Mas antes, Rafael planejava fazer algo.
Rafael tem trinta anos, é magro, alto e solteiro. Trabalha no escritório há dez anos, é um dos melhores funcionários, e há dez anos ele executa o serviço de encarregado, mas há dois fora “promovido” de Auxiliar Administrativo para Assistente Administrativo, ou seja, é mais um funcionário que trabalha muito e ganha pouco. Como muitos, um escravo.
Porém hoje, está decidido a mudar o curso da sua vida no escritório. Disse para si mesmo que irá exigir algumas mudanças com relação à sua função e salário, e caso lhes neguem isso, pedirá demissão na mesma hora. “Já decidi”, diz ele o tempo todo.
Seu chefe vem andando pelo corredor. “É agora” – pensou Rafael – “hoje ele não me escapa”. Rafael levanta-se.
- B-b-boa t-tarde, Sr. Macedo!
O senhor Macedo continuou seu caminho, sem parar, olhar, ou sequer responder. “Ele não percebeu que falei com ele. Deve ser por causa desse calor, ‘tá tirando a concentração de todo mundo!”, sentenciou.
Rafael senta-se e volta a fazer o seu trabalho que, há dez anos, faz tão bem quanto poucos.
“Já decidi. Amanhã ele não me escapa”.
Rafael tem trinta anos, é magro, alto e solteiro. Trabalha no escritório há dez anos, é um dos melhores funcionários, e há dez anos ele executa o serviço de encarregado, mas há dois fora “promovido” de Auxiliar Administrativo para Assistente Administrativo, ou seja, é mais um funcionário que trabalha muito e ganha pouco. Como muitos, um escravo.
Porém hoje, está decidido a mudar o curso da sua vida no escritório. Disse para si mesmo que irá exigir algumas mudanças com relação à sua função e salário, e caso lhes neguem isso, pedirá demissão na mesma hora. “Já decidi”, diz ele o tempo todo.
Seu chefe vem andando pelo corredor. “É agora” – pensou Rafael – “hoje ele não me escapa”. Rafael levanta-se.
- B-b-boa t-tarde, Sr. Macedo!
O senhor Macedo continuou seu caminho, sem parar, olhar, ou sequer responder. “Ele não percebeu que falei com ele. Deve ser por causa desse calor, ‘tá tirando a concentração de todo mundo!”, sentenciou.
Rafael senta-se e volta a fazer o seu trabalho que, há dez anos, faz tão bem quanto poucos.
“Já decidi. Amanhã ele não me escapa”.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
A LATA
Dois amigos – críticos de arte – caminham pelo Museu de Arte e, quando estão passando pelo corredor a caminho do próximo saguão, se deparam com uma peça que os surpreende.
- Marcos, veja que peça fantástica!!
- Nossa, é realmente fantástica, Albert!
- Claro que não é de vanguarda, mas ela exala revolução! Pode não ser inovadora, mas arrisco dizer que é transformadora.
- Estou fascinado! O artista expressa-se claramente através da contracultura.
- Com certeza é prole do Dadaísmo. Há uma forte influência de Marcel Duchamp. Até podemos dizer que, esta peça é uma parente distante da “Fonte”.
- Claro, claro! Mas, além de Marcel, me lembra também “Luxo” de Augusto de Campos. Você recorda?
- Sim, sim! É provável que “Luxo” tenha influenciado esta obra. Mas não podemos negar que está “impregnada” de Duchamp.
- Está impregnada de sujeira e mau cheiro. – Diz um senhor que observava a conversa dos dois.
- O que você quer dizer com isso?! – Pergunta Albert, surpreso.
- É! O que você quer dizer com isso?! – Repete a pergunta, Marcos.
- Que isso está sujo e fede, ora!
- Você é crítico de qual revista??
- Eu?? De nenhuma, senhor.
- E quem você pensa que é para criticar essa obra de arte? – Pergunta Albert de forma teatral.
- Eu sou o zelador do museu, e tenho que recolher o lixo dessa lata aí que os senhores estão admirando, e colocar a lata de volta no banheiro masculino. Se os senhores me derem licença... Isso. Obrigado!
- Marcos, veja que peça fantástica!!
- Nossa, é realmente fantástica, Albert!
- Claro que não é de vanguarda, mas ela exala revolução! Pode não ser inovadora, mas arrisco dizer que é transformadora.
- Estou fascinado! O artista expressa-se claramente através da contracultura.
- Com certeza é prole do Dadaísmo. Há uma forte influência de Marcel Duchamp. Até podemos dizer que, esta peça é uma parente distante da “Fonte”.
- Claro, claro! Mas, além de Marcel, me lembra também “Luxo” de Augusto de Campos. Você recorda?
- Sim, sim! É provável que “Luxo” tenha influenciado esta obra. Mas não podemos negar que está “impregnada” de Duchamp.
- Está impregnada de sujeira e mau cheiro. – Diz um senhor que observava a conversa dos dois.
- O que você quer dizer com isso?! – Pergunta Albert, surpreso.
- É! O que você quer dizer com isso?! – Repete a pergunta, Marcos.
- Que isso está sujo e fede, ora!
- Você é crítico de qual revista??
- Eu?? De nenhuma, senhor.
- E quem você pensa que é para criticar essa obra de arte? – Pergunta Albert de forma teatral.
- Eu sou o zelador do museu, e tenho que recolher o lixo dessa lata aí que os senhores estão admirando, e colocar a lata de volta no banheiro masculino. Se os senhores me derem licença... Isso. Obrigado!
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Open Fire
E agora, senhores e senhoras, mais uma das histórias de minha vida...
Sobre panos vermelhos, laranjas e amarelos
Eu me deito no céu de chuvas de novembro.
Sob lies told before I die
Eu durmo e sem pensar direito.
Eu descanso sobre um mundo inteiro.
Não há dor. No meu mundo colorido eu vejo seus olhos sorrindo
Não há dor. Num mundo todo seu você vê nuvens coloridas.
Abri os braços sobre tudo o que envolvia teu nome
Só pra chamar a tua atenção esquecida.
Pulei mais uma vez da plataforma do rio transbordante de amor
Só pra me afogar mais uma vez
Naquilo que chamam perdição...
Eu me perdi uma vez.
Não há dor. No meu mundo de coisas inventadas toda hora.
Não há dor. No caminho que eu te propus ao meu lado.
Não há amor, há somente amor no teu silêncio e olhar de desafios.
Sobre panos vermelhos, laranjas e amarelos
Eu me deito no céu de chuvas de novembro.
Sob lies told before I die
Eu durmo e sem pensar direito.
Eu descanso sobre um mundo inteiro.
Não há dor. No meu mundo colorido eu vejo seus olhos sorrindo
Não há dor. Num mundo todo seu você vê nuvens coloridas.
Abri os braços sobre tudo o que envolvia teu nome
Só pra chamar a tua atenção esquecida.
Pulei mais uma vez da plataforma do rio transbordante de amor
Só pra me afogar mais uma vez
Naquilo que chamam perdição...
Eu me perdi uma vez.
Não há dor. No meu mundo de coisas inventadas toda hora.
Não há dor. No caminho que eu te propus ao meu lado.
Não há amor, há somente amor no teu silêncio e olhar de desafios.
terça-feira, 6 de novembro de 2007
SOZINHO
Estar feliz sozinho é um dom
Um dom que ninguém sabe aproveitar
pois não curtimos os nossos momentos com nós mesmos
porque somos carentes.
Procuramos o amor em vários cantos
na amizade daquela pessoa que nos entende
no carinho da mãe que nos acalma
Mas na verdade o que queremos
é o beijo da pessoa amada
a outra parte
a outra metade
aquela que irá nos completar
e vai nos fazer sentir especial
que nos dará coragem pra lutar
quebrar barreiras
vencer preconceitos
Mas onde está essa pessoa?
Quem é aquele que me fará suspirar?
O amor pode estar naquela pessoa
que me disse bom dia
Ou naquela outra
que me xingou na rua
Eu procuro.
Voce procura.
Garimpamos afim de escolher
aquele que será o dono do nosso coração!
escolher?
O amor não se escolhe
o amor não está em olhos bonitos
ou corpos voluptuosos
e sim naquela pessoa
que nos domina com seu jeito
e nos deixa de pernas bambas
por simplesmente nos entender
e saber decifrar nosso manual de instruções.
O amor está
nos olhos
no corpo
na caríca
da pessoa que decifra
a senha do cofre que é o nosso coração
E quando essa pessoa aparece
A solidão já não é mais necesária
Mas enquanto o amor não chega
o dom da solidão ter que ser conquistado
conseguido
Assim, quando estivermos completos
sozinhos
e felizes
o Amor vem
sem espera
quando menos imaginávamos
e aí sim saberemos
o que é o amor
e o real sentido da palavra
sozinho
Um dom que ninguém sabe aproveitar
pois não curtimos os nossos momentos com nós mesmos
porque somos carentes.
Procuramos o amor em vários cantos
na amizade daquela pessoa que nos entende
no carinho da mãe que nos acalma
Mas na verdade o que queremos
é o beijo da pessoa amada
a outra parte
a outra metade
aquela que irá nos completar
e vai nos fazer sentir especial
que nos dará coragem pra lutar
quebrar barreiras
vencer preconceitos
Mas onde está essa pessoa?
Quem é aquele que me fará suspirar?
O amor pode estar naquela pessoa
que me disse bom dia
Ou naquela outra
que me xingou na rua
Eu procuro.
Voce procura.
Garimpamos afim de escolher
aquele que será o dono do nosso coração!
escolher?
O amor não se escolhe
o amor não está em olhos bonitos
ou corpos voluptuosos
e sim naquela pessoa
que nos domina com seu jeito
e nos deixa de pernas bambas
por simplesmente nos entender
e saber decifrar nosso manual de instruções.
O amor está
nos olhos
no corpo
na caríca
da pessoa que decifra
a senha do cofre que é o nosso coração
E quando essa pessoa aparece
A solidão já não é mais necesária
Mas enquanto o amor não chega
o dom da solidão ter que ser conquistado
conseguido
Assim, quando estivermos completos
sozinhos
e felizes
o Amor vem
sem espera
quando menos imaginávamos
e aí sim saberemos
o que é o amor
e o real sentido da palavra
sozinho
domingo, 4 de novembro de 2007
LIGAÇÃO
Triiiiimmm. O telefone toca. Corro para atendê-lo. Derrubo quase tudo que está no meu caminho. Triiiiimmm. Eu sei que é ela pedindo desculpas. Pedindo pra voltar. Márcia é tão previsível. Sei que vai dizer que me ama. Putz!! Nunca imaginei que a minha casa era tão grande. Triiiiiimmmm. Atendo ofegante.
- Arf... Alô? Alô? Arf...
- Boa noite! Eu gosstaria de poder estar falando com o senhôr-r Rober-r-to Pompeu.
- Ah. É. Sou eu.
- Senhôr-r Rober-r-to, meu nome é Tatiana, estou falando em nome dos cartões de crédito Seu Crédito, e tenho uma ofer-r-ta imper-rdível para o senhôr-r.
Paro por alguns instantes, e me questiono por que essas meninas que oferecem cartão de crédito, falam tudo igual. Até parece pastor daquela igreja lá.
- Olha, obrigado, mas eu não tenho interesse.
- Mas senhôr-r Rober-r-to, o senhor ainda não ouviu a nossa propossta. E garanto ao senhôr-r que, ela é imper-rdível.
- Minha filha, eu não quero. E você ainda está ocupando o meu telefone. Tô esperando uma ligação importantíssima. Tchau!
- Mas sen...
Click. Tive que desligar. Eles são insistentes demais. Volto para a cozinha. Tenho que terminar de fazer minha janta.
Triiiiimmm... Caráca!!! Agora é ela!!! Eu sei que é. Consigo sentir isso. Márcia, Márcia. Eu sabia que ela não ia agüentar ficar muito tempo sem mim. Triiiimmm. Sei que tenho defeitos, mas também tenho ótimas qualidades. Porra, eu não chego nunca a esse telefone. Acho que vou comprar um sem fio. Nota mental: Comprar um fone sem fio, ou então, emagrecer. Triiiimmmmm...
- Arf... Arf... Alô?
- Boa noite! Por favor, o senhor Roberto Pompeu.
- Sou eu. Mas se for cartão, eu já vou avisando, não quero.
- Não senhor. Não se trata de cartão. Aqui é da empresa de cobrança. É que o senhor está em débito com a loja de calçados Pé Descalço, e estou entrando em contato com o senhor para ter uma posição quanto à data de pagamento.
- Ahn, bem... Segunda-feira eu pago. Putz!! Cês aí trabalham até dia de domingo e uma hora dessas, é? Coitados.
- Pois é. Então, posso lançar essa informação no nosso sistema, senhor Roberto? Amanhã o senhor efetuará o pagamento, certo?
- Pode sim.
- Ok, então. Desde já, pedimos desculpas pelo incômodo e agradecemos a sua compreensão.
- Ok. Tchau!
- Tch...
Click. Não tenho tempo para ouvir o seu “tchau”, meu amigo. Volto para cozinha. Ela ainda não ligou, mas eu sei que vai ligar. Ah, se vai! Márcia, Márcia. Sempre foi dependente de mim, fico só imaginando o quanto deve estar sofrendo. Hmm... A comida está tão cheirosa. Acho que vou colocar mais um pouquinho de pimenta. Ela adorava esse prato, só não gostava da quantidade de pimenta que eu colocava. Hum. Acho que uma pitadinha disso também vai dar um “tchan” a mais. Melhor limpar essa mesa. O que será que ela está fazendo agora? Com certeza criando coragem pra me ligar. Márcia é tão previsível. Pronto, mesa limpa! Agora isso aqui vai para o fogão. Já, já, ela liga.
Triiiiiiiiiimmmm. Triiiiimmmmm. Ai, ai, ai... Agora é ela. Droga de panela! Ah, esquece, quando voltar, eu a apanho e limpo o chão. Nossa, será se eu já comentei que nunca tinha prestado atenção o quanto esta casa é grande? Triiiiiimmm. Já vai, já vai. Ô casa grande!! Triiimmmm. Nota mental: Comprar um fone sem fio, ou então, emagrecer. Nota mental da Nota mental: Parar de falar sozinho. Ainda me internam por causa disso. Triiiimmmm. Atendo. Não falo, eu grito.
- ALÔÔ??
- Ai, não grita! Quem tá falando?
- Como assim, “quem tá falando”? Você quer falar com quem?
- Me passa aí pra Renata, vai.
- Caráca!!! Cê ligou errado, colega.
- E foi? Qual é o número aí?
- Com certeza não é o número que você deseja, pois aqui não tem nenhuma Renata.
- Mas você é muito bruto, viu?
- E você bem que poderia ir à merda!!
- Ah, vá...
Click. Não tenho tempo para ouvir desaforos. Cozinha, aqui vou eu. Cacete!! Porra de tanta sujeira nesse chão!!! Vassoura, pá, e lá vamos nós. Ela tá demorando a ligar. Deve bem estar pensando que eu vou ligar pra ela. Rá! Não mesmo. Quem está com saudade é ela, e não eu. Ainda bem que ficou um pouquinho na panela. Dá pra aproveitar esse restinho. Opa! Já tá na hora de tirar a carne do forno. Hmmm... Se ela estivesse aqui, ia ficar com água na boca. Márcia, Márcia. Acho que vou preparar esse prato, quando ela voltar. Mas primeiro, ela terá que ligar pedindo desculpas. Coitadinha. Deve tá morrendo de saudades. Márcia, Márcia. Rá!
Triiiiiiiiiiiimmm. Putaquiupariu!!! E lá vamos nós, novamente. Ela se deu mal. Resolveu me ligar justamente na hora que eu tô mal-humorado. Triimmm. Azar o dela. Afinal, poderia ter ligado antes. Triiiimmm. Ah, eu vou, mas vou sem pressa. Triiimmm...
- Oi?
- Oi, meu amor!!
- Ah, oi mamãe.
- Tudo bom, bebê?
- Sim mamãe, tá tudo bem.
- E por que essa voz tão entediada? É por que tá falando comigo, é?
- Claro que não, mamãe.
- Você fica um tempão sem dar notícias, aí quando quero saber de você, fica assim, todo indiferente.
- Não mamãe. Eu não tô indiferente.
- Claro que tá! É isso mesmo. Trate a sua mãe desse jeito. Depois que eu me “for”, queria voltar só pra ver a sua cara de remorso por não ter me amado enquanto podia.
- Mãe. É claro que amo a senhora. Só tô falando assim porque... sei lá. Acho que tô cansado. É isso, tô cansado.
- Em pleno domingo? Cê não faz nada no domingo, como é que pode estar cansado?
- Ah mãe, eu não sei. Apenas estou. Pronto.
- Tá bom, então. Vou te deixar descansar. Não quero ser um empecilho na sua vida. Não quero que chegue amanhã cansado no trabalho, e depois vai dizer que não pôde descansar porque a sua mãe não deixou. Tchau!
- Mãe, é clar...
Tu-tu-tu-tu-tu... Putz!! Desligou na minha cara!!! Ai, ai... Amanhã ligo pra ela. Voltando à cozinha. Trrrrimmm. Epa!! Ufa! Ainda bem que não cheguei a sair daqui. Triiimmm...
- Pronto.
- A Renata, faz favor.
- Caceta!!!! Não tem nenhuma Renata aqui, seu retardado!!! Grrrr...
Click. INFERNO!!! CARAMBA!!!! PUTAQUIUPARIUUU!!!! Vou arrancar a porra desse fio! Não quero mais saber de cacete de ligação nenhuma!! Ela que vá pro inferno!!! Nem que venha coberta de ouro, eu vou querer!! E eu sei que ela tá morrendo de saudade. POIS QUE MORRA!!!! QUE MORRA, MÁRCIA!!!
Enquanto isso, do outro lado da cidade, em uma boate.
- E aí Márcia, cê pensa em voltar pro Roberto?
- Nem morta, minha filha. Tô muito bem solteira. Aliás, tô muito bem, beijando várias bocas!! hahahaha...
- hahahahahaha... Mas falando sério... Cê não sente nem um pouquinho de saudade dele?
- Só quando preciso carregar algo pesado. rsrsrsrs...
- Como você é má! rsrsrsrs... Mas ele é um cara legal, bonito.
- É verdade. Mas por falar em bonito, olha só, aqueles gatos dando mó bandeira pra gente. Vamos lá?
- Só se for agora.
- Hoje vou me esbaldar!!!
- Arf... Alô? Alô? Arf...
- Boa noite! Eu gosstaria de poder estar falando com o senhôr-r Rober-r-to Pompeu.
- Ah. É. Sou eu.
- Senhôr-r Rober-r-to, meu nome é Tatiana, estou falando em nome dos cartões de crédito Seu Crédito, e tenho uma ofer-r-ta imper-rdível para o senhôr-r.
Paro por alguns instantes, e me questiono por que essas meninas que oferecem cartão de crédito, falam tudo igual. Até parece pastor daquela igreja lá.
- Olha, obrigado, mas eu não tenho interesse.
- Mas senhôr-r Rober-r-to, o senhor ainda não ouviu a nossa propossta. E garanto ao senhôr-r que, ela é imper-rdível.
- Minha filha, eu não quero. E você ainda está ocupando o meu telefone. Tô esperando uma ligação importantíssima. Tchau!
- Mas sen...
Click. Tive que desligar. Eles são insistentes demais. Volto para a cozinha. Tenho que terminar de fazer minha janta.
Triiiiimmm... Caráca!!! Agora é ela!!! Eu sei que é. Consigo sentir isso. Márcia, Márcia. Eu sabia que ela não ia agüentar ficar muito tempo sem mim. Triiiimmm. Sei que tenho defeitos, mas também tenho ótimas qualidades. Porra, eu não chego nunca a esse telefone. Acho que vou comprar um sem fio. Nota mental: Comprar um fone sem fio, ou então, emagrecer. Triiiimmmmm...
- Arf... Arf... Alô?
- Boa noite! Por favor, o senhor Roberto Pompeu.
- Sou eu. Mas se for cartão, eu já vou avisando, não quero.
- Não senhor. Não se trata de cartão. Aqui é da empresa de cobrança. É que o senhor está em débito com a loja de calçados Pé Descalço, e estou entrando em contato com o senhor para ter uma posição quanto à data de pagamento.
- Ahn, bem... Segunda-feira eu pago. Putz!! Cês aí trabalham até dia de domingo e uma hora dessas, é? Coitados.
- Pois é. Então, posso lançar essa informação no nosso sistema, senhor Roberto? Amanhã o senhor efetuará o pagamento, certo?
- Pode sim.
- Ok, então. Desde já, pedimos desculpas pelo incômodo e agradecemos a sua compreensão.
- Ok. Tchau!
- Tch...
Click. Não tenho tempo para ouvir o seu “tchau”, meu amigo. Volto para cozinha. Ela ainda não ligou, mas eu sei que vai ligar. Ah, se vai! Márcia, Márcia. Sempre foi dependente de mim, fico só imaginando o quanto deve estar sofrendo. Hmm... A comida está tão cheirosa. Acho que vou colocar mais um pouquinho de pimenta. Ela adorava esse prato, só não gostava da quantidade de pimenta que eu colocava. Hum. Acho que uma pitadinha disso também vai dar um “tchan” a mais. Melhor limpar essa mesa. O que será que ela está fazendo agora? Com certeza criando coragem pra me ligar. Márcia é tão previsível. Pronto, mesa limpa! Agora isso aqui vai para o fogão. Já, já, ela liga.
Triiiiiiiiiimmmm. Triiiiimmmmm. Ai, ai, ai... Agora é ela. Droga de panela! Ah, esquece, quando voltar, eu a apanho e limpo o chão. Nossa, será se eu já comentei que nunca tinha prestado atenção o quanto esta casa é grande? Triiiiiimmm. Já vai, já vai. Ô casa grande!! Triiimmmm. Nota mental: Comprar um fone sem fio, ou então, emagrecer. Nota mental da Nota mental: Parar de falar sozinho. Ainda me internam por causa disso. Triiiimmmm. Atendo. Não falo, eu grito.
- ALÔÔ??
- Ai, não grita! Quem tá falando?
- Como assim, “quem tá falando”? Você quer falar com quem?
- Me passa aí pra Renata, vai.
- Caráca!!! Cê ligou errado, colega.
- E foi? Qual é o número aí?
- Com certeza não é o número que você deseja, pois aqui não tem nenhuma Renata.
- Mas você é muito bruto, viu?
- E você bem que poderia ir à merda!!
- Ah, vá...
Click. Não tenho tempo para ouvir desaforos. Cozinha, aqui vou eu. Cacete!! Porra de tanta sujeira nesse chão!!! Vassoura, pá, e lá vamos nós. Ela tá demorando a ligar. Deve bem estar pensando que eu vou ligar pra ela. Rá! Não mesmo. Quem está com saudade é ela, e não eu. Ainda bem que ficou um pouquinho na panela. Dá pra aproveitar esse restinho. Opa! Já tá na hora de tirar a carne do forno. Hmmm... Se ela estivesse aqui, ia ficar com água na boca. Márcia, Márcia. Acho que vou preparar esse prato, quando ela voltar. Mas primeiro, ela terá que ligar pedindo desculpas. Coitadinha. Deve tá morrendo de saudades. Márcia, Márcia. Rá!
Triiiiiiiiiiiimmm. Putaquiupariu!!! E lá vamos nós, novamente. Ela se deu mal. Resolveu me ligar justamente na hora que eu tô mal-humorado. Triimmm. Azar o dela. Afinal, poderia ter ligado antes. Triiiimmm. Ah, eu vou, mas vou sem pressa. Triiimmm...
- Oi?
- Oi, meu amor!!
- Ah, oi mamãe.
- Tudo bom, bebê?
- Sim mamãe, tá tudo bem.
- E por que essa voz tão entediada? É por que tá falando comigo, é?
- Claro que não, mamãe.
- Você fica um tempão sem dar notícias, aí quando quero saber de você, fica assim, todo indiferente.
- Não mamãe. Eu não tô indiferente.
- Claro que tá! É isso mesmo. Trate a sua mãe desse jeito. Depois que eu me “for”, queria voltar só pra ver a sua cara de remorso por não ter me amado enquanto podia.
- Mãe. É claro que amo a senhora. Só tô falando assim porque... sei lá. Acho que tô cansado. É isso, tô cansado.
- Em pleno domingo? Cê não faz nada no domingo, como é que pode estar cansado?
- Ah mãe, eu não sei. Apenas estou. Pronto.
- Tá bom, então. Vou te deixar descansar. Não quero ser um empecilho na sua vida. Não quero que chegue amanhã cansado no trabalho, e depois vai dizer que não pôde descansar porque a sua mãe não deixou. Tchau!
- Mãe, é clar...
Tu-tu-tu-tu-tu... Putz!! Desligou na minha cara!!! Ai, ai... Amanhã ligo pra ela. Voltando à cozinha. Trrrrimmm. Epa!! Ufa! Ainda bem que não cheguei a sair daqui. Triiimmm...
- Pronto.
- A Renata, faz favor.
- Caceta!!!! Não tem nenhuma Renata aqui, seu retardado!!! Grrrr...
Click. INFERNO!!! CARAMBA!!!! PUTAQUIUPARIUUU!!!! Vou arrancar a porra desse fio! Não quero mais saber de cacete de ligação nenhuma!! Ela que vá pro inferno!!! Nem que venha coberta de ouro, eu vou querer!! E eu sei que ela tá morrendo de saudade. POIS QUE MORRA!!!! QUE MORRA, MÁRCIA!!!
Enquanto isso, do outro lado da cidade, em uma boate.
- E aí Márcia, cê pensa em voltar pro Roberto?
- Nem morta, minha filha. Tô muito bem solteira. Aliás, tô muito bem, beijando várias bocas!! hahahaha...
- hahahahahaha... Mas falando sério... Cê não sente nem um pouquinho de saudade dele?
- Só quando preciso carregar algo pesado. rsrsrsrs...
- Como você é má! rsrsrsrs... Mas ele é um cara legal, bonito.
- É verdade. Mas por falar em bonito, olha só, aqueles gatos dando mó bandeira pra gente. Vamos lá?
- Só se for agora.
- Hoje vou me esbaldar!!!
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
MAU-HUMOR
Ainda não entendo o porquê, mas sempre que durmo cedo, acordo super mal-humorado no dia seguinte. E foi assim que acordei hoje. Tudo o que menos quero é sorrir.
No trabalho tento ignorar as reclamações constantes de uma chata que trabalha comigo, e de um outro que chegou de férias ontem, mas já tem algo do que se queixar. Eles falam e falam, e olham pra mim, acredito que, esperando algum sinal de concordância da minha parte. Continuo sério. Não quero sorrir nem pra parecer simpático. Aliás, eu não sou simpático.
Não quero ouvir pessoas negativas, afinal, o meu mau-humor é muito mais importante! Pelo menos, pra mim.
Finalmente chegou a hora do almoço. Vou almoçar na casa do meu irmão. Sento à mesa. Da cozinha posso ouvir o meu sobrinho de dois anos gritando no banheiro. Os gritos do meu sobrinho e da minha cunhada, já irritada, pois ele não a deixa banhá-lo. É que ele sabe que após o banho terá que ir para a escolinha (garoto esperto!). Mesmo pensando na travessura do pequeno, não sinto vontade de sorrir.
Tento curtir o meu mau-humor, enquanto almoço.
Termino de almoçar. Despeço-me do meu irmão, da minha cunhada e das outras pessoas da casa. Sigo o meu caminho para o trabalho. Mas no caminho encontro um dos meus melhores amigos. Nós nos abraçamos, conversamos um pouco, combinamos um passeio, qualquer dia desses. Falamos sobre como está a vida, e rimos das mesmas piadas de sempre. Damos um outro abraço e nos despedimos.
Sigo novamente o meu caminho para o trabalho, mas dessa vez, com um sorriso nos lábios e pensando: “Agora sim, senti vontade de sorrir!”.
No trabalho tento ignorar as reclamações constantes de uma chata que trabalha comigo, e de um outro que chegou de férias ontem, mas já tem algo do que se queixar. Eles falam e falam, e olham pra mim, acredito que, esperando algum sinal de concordância da minha parte. Continuo sério. Não quero sorrir nem pra parecer simpático. Aliás, eu não sou simpático.
Não quero ouvir pessoas negativas, afinal, o meu mau-humor é muito mais importante! Pelo menos, pra mim.
Finalmente chegou a hora do almoço. Vou almoçar na casa do meu irmão. Sento à mesa. Da cozinha posso ouvir o meu sobrinho de dois anos gritando no banheiro. Os gritos do meu sobrinho e da minha cunhada, já irritada, pois ele não a deixa banhá-lo. É que ele sabe que após o banho terá que ir para a escolinha (garoto esperto!). Mesmo pensando na travessura do pequeno, não sinto vontade de sorrir.
Tento curtir o meu mau-humor, enquanto almoço.
Termino de almoçar. Despeço-me do meu irmão, da minha cunhada e das outras pessoas da casa. Sigo o meu caminho para o trabalho. Mas no caminho encontro um dos meus melhores amigos. Nós nos abraçamos, conversamos um pouco, combinamos um passeio, qualquer dia desses. Falamos sobre como está a vida, e rimos das mesmas piadas de sempre. Damos um outro abraço e nos despedimos.
Sigo novamente o meu caminho para o trabalho, mas dessa vez, com um sorriso nos lábios e pensando: “Agora sim, senti vontade de sorrir!”.
Assinar:
Postagens (Atom)