sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
PEDRA, PAPEL, TESOURA
quinta-feira, 16 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
NOS JORNAIS DO MUNDO:
“Presidente dos EUA, Barack Obama, olha fixamente para a bunda de uma brasileira.”
Meu comentário: O Bush não tirava o olho da Amazônia e ninguém dizia nada. Hoje fico mais tranqüilo.
Meu comentário: O Bush não tirava o olho da Amazônia e ninguém dizia nada. Hoje fico mais tranqüilo.
sábado, 27 de junho de 2009
MEIO AMBIENTE [UTILIDADE PÚBLICA]
O nosso planeta ‘tá se f*dendo, disso não resta dúvida. As coisas mais malucas estão acontecendo com o clima: chuvas intermináveis em terras nordestinas; chão rachado de tão seco lá no sul; nos pólos, as geleiras estão se despedaçando; animais praticando o canibalismo por falta de alimento; queimadas destruindo áreas imensas, e por aí vai...
Eu não sou nenhum ativista ambiental, mas, na medida do possível, faço algumas coisas para não piorar a situação. É aquele lance: “posso não mudar o mundo, mas posso ser um a menos que erra” [auto-ajuda?]. E acho muito legal quando aparece alguém [Pessoa Física ou Jurídica] sendo esse “um a menos que erra” também. Mesmo que em muitas situações, façam isso mais para aparecer do que para qualquer outra coisa, mas ainda assim, não podemos descartar a idéia que isso é bom para todos nós.
Algo que virou moda [boa, é claro!] é a utilização da sacola retornável. Ela era muito comum antigamente, principalmente nas cidades do interior. Eram sacolas grandes feitas de um plástico resistente, para trazer as compras. Hoje, elas são feitas de vários materiais: pano, fibra de bambu, algodão, nylon e até lona de caminhão.
Muitas pessoas ainda não se tocaram que o uso abusivo das sacolas de supermercados [como são conhecidas essas sacolinhas de plástico] vai f*der ainda mais com o planeta, pois essa p#rr@ leva séculos para ser totalmente degradada. E enquanto não se degrada, vai degradando o mundo, entupindo esgotos, caindo no mar, lagos e rios e matando os animais aquáticos por asfixia – quando não ficam presos dentro dos sacos, os animais comem o plástico pensando ser alimento.
Dia desses, eu fui a um hipermercado e vi um anúncio próximo aos caixas estimulando os clientes a usarem sacolas retornáveis. O cartaz dizia o seguinte: “Não utilizando nenhuma sacola de plástico, o Bompreço [se fosse para falar mal, eu colocaria o nome do local, então, por que não colocar o nome para falar bem, né? Mesmo que pareça propaganda. Enfim] lhe repassa o custo da sacola e você ganha R$ 0,03 de desconto a cada 05 [cinco] itens comprados.”
Ok. Sei que R$ 0,03 de desconto não vai deixar ninguém mais rico [muito menos a empresa ficará pobre], mas como todos nós adoramos a idéia de ganhar alguma coisa, seja desconto, promoção de pague um e ganhe dois [até mesmo quando esse “um” vale pelo preço de três!] e por aí vai, acho que é válido comprar sua sacola retornável, ganhar um descontozinho [no caso de ir comprar lá] e evitar que o mundo acabe mais rápido [*Pessimismo Modo On*: ele vai acabar de qualquer jeito, pode acreditar! *Pessimismo Modo Off*].
Então, como algumas pessoas não aderem a idéia da sacola retornável por motivos ecológicos, ao menos, irão aderir por motivos financeiros.
Eu não sou nenhum ativista ambiental, mas, na medida do possível, faço algumas coisas para não piorar a situação. É aquele lance: “posso não mudar o mundo, mas posso ser um a menos que erra” [auto-ajuda?]. E acho muito legal quando aparece alguém [Pessoa Física ou Jurídica] sendo esse “um a menos que erra” também. Mesmo que em muitas situações, façam isso mais para aparecer do que para qualquer outra coisa, mas ainda assim, não podemos descartar a idéia que isso é bom para todos nós.
Algo que virou moda [boa, é claro!] é a utilização da sacola retornável. Ela era muito comum antigamente, principalmente nas cidades do interior. Eram sacolas grandes feitas de um plástico resistente, para trazer as compras. Hoje, elas são feitas de vários materiais: pano, fibra de bambu, algodão, nylon e até lona de caminhão.
Muitas pessoas ainda não se tocaram que o uso abusivo das sacolas de supermercados [como são conhecidas essas sacolinhas de plástico] vai f*der ainda mais com o planeta, pois essa p#rr@ leva séculos para ser totalmente degradada. E enquanto não se degrada, vai degradando o mundo, entupindo esgotos, caindo no mar, lagos e rios e matando os animais aquáticos por asfixia – quando não ficam presos dentro dos sacos, os animais comem o plástico pensando ser alimento.
Dia desses, eu fui a um hipermercado e vi um anúncio próximo aos caixas estimulando os clientes a usarem sacolas retornáveis. O cartaz dizia o seguinte: “Não utilizando nenhuma sacola de plástico, o Bompreço [se fosse para falar mal, eu colocaria o nome do local, então, por que não colocar o nome para falar bem, né? Mesmo que pareça propaganda. Enfim] lhe repassa o custo da sacola e você ganha R$ 0,03 de desconto a cada 05 [cinco] itens comprados.”
Ok. Sei que R$ 0,03 de desconto não vai deixar ninguém mais rico [muito menos a empresa ficará pobre], mas como todos nós adoramos a idéia de ganhar alguma coisa, seja desconto, promoção de pague um e ganhe dois [até mesmo quando esse “um” vale pelo preço de três!] e por aí vai, acho que é válido comprar sua sacola retornável, ganhar um descontozinho [no caso de ir comprar lá] e evitar que o mundo acabe mais rápido [*Pessimismo Modo On*: ele vai acabar de qualquer jeito, pode acreditar! *Pessimismo Modo Off*].
Então, como algumas pessoas não aderem a idéia da sacola retornável por motivos ecológicos, ao menos, irão aderir por motivos financeiros.
sábado, 30 de maio de 2009
FALANDO ÁGUA
[*] Acquario = Acquario Ceará será um complexo que custará nada mais nada menos que R$ 250 milhões. Segundo os divulgadores o local contará com oceanário; 2 cinemas 3D; e o maior aquário da América Latina e hemisfério sul do planeta; além de Domo do Mar; navio naufragado, onde será possível realizar mergulho; três simuladores de submarino e um túnel por dentro do aquário.
Provavelmente o Metrofor irá ligar o Hospital da Mulher ao Acquario. ¬¬ [piada interna de cerarense]
Esse é o video "bonito" da história: http://www.youtube.com/watch?v=vcUWtLIZaiY&eurl=http%3A%2F%2Fwww%2Eputsgrilo%2Ecom%2Fturismo%2Facquario%2Dceara%2Dfortaleza%2Ddefinitivamente%2Dglobal%2F&feature=player_embedded
Vamos ver no que vai dar...
quarta-feira, 20 de maio de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
domingo, 12 de abril de 2009
VIM-ME EMBORA DE PASÁRGADA
Vim-me embora de Pasárgada
Lá não adianta ser amigo do Rei
Nem mesmo com a mulher que eu quero
Na cama que escolhi
Lá não adianta ser amigo do Rei
Nem mesmo com a mulher que eu quero
Na cama que escolhi
Vim-me embora de Pasárgada
Vim-me embora de Pasárgada
Lá também eu não era feliz
Lá a existência é uma loucura
De tal modo intransigente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha, porém, não tão demente
Nunca foi contraparente
Da nora que nunca tive
Lá também eu não era feliz
Lá a existência é uma loucura
De tal modo intransigente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha, porém, não tão demente
Nunca foi contraparente
Da nora que nunca tive
Era impossível fazer ginástica
E andar de bicicleta
Caí montando burro brabo
E escorreguei do pau-de-sebo
Quase me afoguei no mar!
E andar de bicicleta
Caí montando burro brabo
E escorreguei do pau-de-sebo
Quase me afoguei no mar!
E depois de tudo, já muito cansado
Deitei na beira do rio
Chamando Mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vim-me embora de Pasárgada
Deitei na beira do rio
Chamando Mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vim-me embora de Pasárgada
Em Pasárgada falta tudo
Nem parece uma civilização
Sem um processo seguro
De impedir concepção
Telefones são quebrados
Ah, alcalóide tem sim, à vontade!
Prostitutas bonitas também tem
Para a gente... err... namorar
Nem parece uma civilização
Sem um processo seguro
De impedir concepção
Telefones são quebrados
Ah, alcalóide tem sim, à vontade!
Prostitutas bonitas também tem
Para a gente... err... namorar
E é claro que fiquei triste
E triste de não ter jeito
E à noite me deu
Vontade de me matar
— Lá não adianta ser amigo do rei —Nem mesmo com a mulher que eu quero
Na cama que escolhi
E triste de não ter jeito
E à noite me deu
Vontade de me matar
— Lá não adianta ser amigo do rei —Nem mesmo com a mulher que eu quero
Na cama que escolhi
Vim-me embora de Pasárgada.
segunda-feira, 9 de março de 2009
RECOMPENSA*
Ela já nem sabe mais o que é dormir à noite. Tem que sair cedo, antes de escurecer, pois quanto mais cedo sair de casa, mais coisas irá encontrar e assim ganhar mais dinheiro. Se é que centavos a mais dá para chamar de “mais dinheiro”.
Veste sua roupa, calça um tênis surrado que achou outro dia, pega sua carroça e sai. A noite ainda não começou, mas o sol já está tingindo o céu de laranja, anunciando o fim da mais um dia.
Já na primeira esquina ela encontra uma boa quantidade de plásticos. “Hoje vai ser bom!”, pensa. Continua sua jornada pelas ruas da cidade, parando aqui e ali, analisando cada saco de lixo na esperança de encontrar algo que sirva.
Às quatro da manhã, a sua carroça já está cheia e ela, muito cansada. Não se considera uma velha, tem apenas cinqüenta anos, mas teve uma vida de sofrimento e trabalho duro – desde criança – o que lhe faz sentir como se o corpo tivesse cem anos.
Fazendo a última rota já pensando em ir para casa, passa por um supermercado e vê alguns papelões no lixo. Resolve apanhá-los. “Um dinheirinho a mais”, reflete.
Quando está separando os papelões, vê que entre os sacos de lixo tem um saco diferente, feito de pano. Pegou o saco e ao abrí-lo sentiu como se um raio a tivesse atingido. Não conseguia acreditar no que via. Dentro do saco tinha uma quantia de dinheiro que ela não conseguiria contar no primeiro momento. Apertou o saco contra o peito, olhou para cima e agradeceu: “Obrigado Senhor! Tinha certeza que hoje ia ser bom!”.
Após o momento de êxtase, percebeu que o saco tinha uma figura, e que a figura era a mesma da placa do supermercado, então se deu conta que aquele dinheiro pertencia ao supermercado. Pensou sobre o que deveria fazer. Mesmo sem ter idéia do valor exato, sabia que com aquele dinheiro pagaria todas as contas e ainda sobraria algum para ficar sem preocupações por um bom tempo.
Se preparava para colocar o saco dentro da carroça quando lembrou que tinha uma vizinha que trabalhava naquele supermercado, então, também como um raio, foi atingida pela grande verdade: apesar daquele dinheiro ser do riquíssimo dono do supermercado, com certeza, algum funcionário – pobre como ela –, por descuido, fez com que aquela quantia fosse parar no lixo. Engolindo a frustração de ser ver rica apenas por um breve momento, resolveu esperar o supermercado abrir para devolver o dinheiro. Sentou na calçada e esperou.
Enquanto esperava, se alegrou por ser uma pessoa honesta, e se o dono do supermercado percebesse o mesmo, com certeza ficaria muito grato e lhe daria uma recompensa. Como era muito dinheiro que tinha naquele saco, então, seria uma imensa recompensa!
Quando o dono chegou no supermercado, ela se aproximou e pediu para falar com ele. Ele com um misto de desconfiança e impaciência disse-lhe que falasse logo, pois tinha pressa. Ela mostrou o saco com dinheiro e contou-lhe toda a história. No mesmo momento ele pegou o saco de suas mãos e a convidou para entrar.
Em sua sala, ele começou a enaltecer a honestidade daquela mulher e para mostrar que estava profundamente agradecido lhe daria uma recompensa.
Chamou o responsável pelo caixa, pediu que ele guardasse o dinheiro no cofre e disse-lhe que depois conversariam sobre o ocorrido e que, “cabeças rolariam”.
- Agora vamos à sua recompensa. – disse voltando-se para aquela mulher.
Abriu uma gaveta e de lá de dentro tirou quatro notas de cinqüenta reais, entregou-lhe e pediu que saísse, pois ainda tinha muito o que fazer.
Ela, agradecida, pegou os duzentos reais – o valor de sua honestidade – e foi para casa pensando: “Eu sabia que hoje seria um dia bom!”
( * ) Texto inspirado em notícia no jormal da semana passada.
Recompensa de R$ 200Catadora acha R$ 40 mil no lixo e devolve a donoCatadora de lixo achou R$ 40 mil no lixo de um supermercado e devolveu o dinheiro ao dono do estabelecimento. Ela ganhou R$ 200 de recompensa e gastou parte do dinheiro no próprio supermercado, onde comprou refrigerantes. Com o restante, a mulher disse que pagaria dívidas.
Veste sua roupa, calça um tênis surrado que achou outro dia, pega sua carroça e sai. A noite ainda não começou, mas o sol já está tingindo o céu de laranja, anunciando o fim da mais um dia.
Já na primeira esquina ela encontra uma boa quantidade de plásticos. “Hoje vai ser bom!”, pensa. Continua sua jornada pelas ruas da cidade, parando aqui e ali, analisando cada saco de lixo na esperança de encontrar algo que sirva.
Às quatro da manhã, a sua carroça já está cheia e ela, muito cansada. Não se considera uma velha, tem apenas cinqüenta anos, mas teve uma vida de sofrimento e trabalho duro – desde criança – o que lhe faz sentir como se o corpo tivesse cem anos.
Fazendo a última rota já pensando em ir para casa, passa por um supermercado e vê alguns papelões no lixo. Resolve apanhá-los. “Um dinheirinho a mais”, reflete.
Quando está separando os papelões, vê que entre os sacos de lixo tem um saco diferente, feito de pano. Pegou o saco e ao abrí-lo sentiu como se um raio a tivesse atingido. Não conseguia acreditar no que via. Dentro do saco tinha uma quantia de dinheiro que ela não conseguiria contar no primeiro momento. Apertou o saco contra o peito, olhou para cima e agradeceu: “Obrigado Senhor! Tinha certeza que hoje ia ser bom!”.
Após o momento de êxtase, percebeu que o saco tinha uma figura, e que a figura era a mesma da placa do supermercado, então se deu conta que aquele dinheiro pertencia ao supermercado. Pensou sobre o que deveria fazer. Mesmo sem ter idéia do valor exato, sabia que com aquele dinheiro pagaria todas as contas e ainda sobraria algum para ficar sem preocupações por um bom tempo.
Se preparava para colocar o saco dentro da carroça quando lembrou que tinha uma vizinha que trabalhava naquele supermercado, então, também como um raio, foi atingida pela grande verdade: apesar daquele dinheiro ser do riquíssimo dono do supermercado, com certeza, algum funcionário – pobre como ela –, por descuido, fez com que aquela quantia fosse parar no lixo. Engolindo a frustração de ser ver rica apenas por um breve momento, resolveu esperar o supermercado abrir para devolver o dinheiro. Sentou na calçada e esperou.
Enquanto esperava, se alegrou por ser uma pessoa honesta, e se o dono do supermercado percebesse o mesmo, com certeza ficaria muito grato e lhe daria uma recompensa. Como era muito dinheiro que tinha naquele saco, então, seria uma imensa recompensa!
Quando o dono chegou no supermercado, ela se aproximou e pediu para falar com ele. Ele com um misto de desconfiança e impaciência disse-lhe que falasse logo, pois tinha pressa. Ela mostrou o saco com dinheiro e contou-lhe toda a história. No mesmo momento ele pegou o saco de suas mãos e a convidou para entrar.
Em sua sala, ele começou a enaltecer a honestidade daquela mulher e para mostrar que estava profundamente agradecido lhe daria uma recompensa.
Chamou o responsável pelo caixa, pediu que ele guardasse o dinheiro no cofre e disse-lhe que depois conversariam sobre o ocorrido e que, “cabeças rolariam”.
- Agora vamos à sua recompensa. – disse voltando-se para aquela mulher.
Abriu uma gaveta e de lá de dentro tirou quatro notas de cinqüenta reais, entregou-lhe e pediu que saísse, pois ainda tinha muito o que fazer.
Ela, agradecida, pegou os duzentos reais – o valor de sua honestidade – e foi para casa pensando: “Eu sabia que hoje seria um dia bom!”
( * ) Texto inspirado em notícia no jormal da semana passada.
Recompensa de R$ 200Catadora acha R$ 40 mil no lixo e devolve a donoCatadora de lixo achou R$ 40 mil no lixo de um supermercado e devolveu o dinheiro ao dono do estabelecimento. Ela ganhou R$ 200 de recompensa e gastou parte do dinheiro no próprio supermercado, onde comprou refrigerantes. Com o restante, a mulher disse que pagaria dívidas.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
COTIDIANO
Ora, eu não tenho mais idade para essas coisas! Mas ele insiste!
Sei que ainda sou bonita, mas não sou nenhuma moçoila para ficar nesse tipo de situação.
Todos os dias ele passa aqui na calçada, tosse alto, cumprimenta alguém do outro lado da rua e pára ao lado da minha janela. A da sala, pois a janela do meu quarto dá para o quintal. E eu não lhe daria tanta liberdade assim se minha janela do quarto fosse de frente para rua.
Fica lá parado até eu aparecer para mandar-lhe sair. Deseja-me “bom dia!” com um sorriso cheiro de dentes – provavelmente falsos – fingindo que não me ouviu e que não percebe meu mau humor. Não respondo. Sorri mais uma vez e diz: “Bom dia, Dona Aurora! Como sempre a senhora continua jovem!”. Minha vez de fingir que não escuto, afinal, não posso dar liberdade.
Ele puxa conversa falando sobre a carestia das coisas, e eu apenas lhe respondo:
- Apesar de minha aposentadoria ser pouca, não sou uma mulher de luxo, e o que ganho ainda dá para comprar minha comida e meus remédios.
Ele solta um galanteio dizendo que, com certeza, jovem como sou, não preciso de remédios. Abusado. Mal sabe esse sujeitinho que se não fossem meus remédios, já teria morrido de tanta dor nas costas.
Fica por lá mais um instante e depois se despede dizendo que vai visitar outros amigos. Sei... Com certeza deve ir para alguma casa de favores. Um velho daqueles! Deveria se envergonhar, isso sim!
À noite ele passa de volta. No exato momento que estou sentada na calçada. Pára, e sem a menor cerimônia, puxa uma cadeira e se senta. Abusado.
Já pensei em não mais sentar na calçada, se ainda o faço é por consideração às minhas comadres que gostam da minha companhia.
Continuo sentada, mas tento ignorar ao máximo a presença irritante desse velho. Porém, abusado do jeito que é, fica falando comigo o tempo todo. Com aquele sorriso frouxo, fica questionando como é que eu consigo morar sozinha em uma casa tão grande. Respondo que, se Nosso Senhor levou meu marido e nunca me deu filhos, é porque quer que eu more sozinha mesmo. Aí ele diz todo se insinuando: “Ah, mas a senhora deveria, pelo menos, alugar um de seus quartos. Assim não ficaria só, o que é bom para a sua segurança, e ainda ganharia alguns mil-réis”.
As comadres percebendo que essa conversa sempre me aborrece, vão logo se levantando, desejam-me “boa noite!” e vão para as suas casas. Ele – como sempre – se oferece para guardar as cadeiras. Digo que não precisa, mas mesmo assim, ele as guarda só para entrar na minha casa. Como quem nada quer, comenta que a noite está fria e que só um cafezinho mesmo para espantar o frio. Ofereço-lhe café [só por educação] e ele vai logo sentando no sofá. Abusado.
Comenta mais uma vez que eu deveria alugar um quarto. “Eu mesmo, por exemplo, pagaria por um, afinal, há tempos que penso em sair daquele quartinho alugado lá da Rua dos Remédios”, fala todo pomposo.
Mal termina seu café e eu já pego logo a xícara da sua mão, abro a porta da rua e lhe dou “boa noite!”.
“Não quero tomar o tempo da senhora mais que já tomei. Mas pense sobre o aluguel do quarto. Passar bem!”, diz querendo parecer um cavalheiro. Sorrio-lhe só por educação.
Ele sai. Eu vou para o meu quarto.
Deito-me e me pego desejando que o dia seguinte venha logo, e eu possa vê-lo fazer tudo de novo.
Sei que ainda sou bonita, mas não sou nenhuma moçoila para ficar nesse tipo de situação.
Todos os dias ele passa aqui na calçada, tosse alto, cumprimenta alguém do outro lado da rua e pára ao lado da minha janela. A da sala, pois a janela do meu quarto dá para o quintal. E eu não lhe daria tanta liberdade assim se minha janela do quarto fosse de frente para rua.
Fica lá parado até eu aparecer para mandar-lhe sair. Deseja-me “bom dia!” com um sorriso cheiro de dentes – provavelmente falsos – fingindo que não me ouviu e que não percebe meu mau humor. Não respondo. Sorri mais uma vez e diz: “Bom dia, Dona Aurora! Como sempre a senhora continua jovem!”. Minha vez de fingir que não escuto, afinal, não posso dar liberdade.
Ele puxa conversa falando sobre a carestia das coisas, e eu apenas lhe respondo:
- Apesar de minha aposentadoria ser pouca, não sou uma mulher de luxo, e o que ganho ainda dá para comprar minha comida e meus remédios.
Ele solta um galanteio dizendo que, com certeza, jovem como sou, não preciso de remédios. Abusado. Mal sabe esse sujeitinho que se não fossem meus remédios, já teria morrido de tanta dor nas costas.
Fica por lá mais um instante e depois se despede dizendo que vai visitar outros amigos. Sei... Com certeza deve ir para alguma casa de favores. Um velho daqueles! Deveria se envergonhar, isso sim!
À noite ele passa de volta. No exato momento que estou sentada na calçada. Pára, e sem a menor cerimônia, puxa uma cadeira e se senta. Abusado.
Já pensei em não mais sentar na calçada, se ainda o faço é por consideração às minhas comadres que gostam da minha companhia.
Continuo sentada, mas tento ignorar ao máximo a presença irritante desse velho. Porém, abusado do jeito que é, fica falando comigo o tempo todo. Com aquele sorriso frouxo, fica questionando como é que eu consigo morar sozinha em uma casa tão grande. Respondo que, se Nosso Senhor levou meu marido e nunca me deu filhos, é porque quer que eu more sozinha mesmo. Aí ele diz todo se insinuando: “Ah, mas a senhora deveria, pelo menos, alugar um de seus quartos. Assim não ficaria só, o que é bom para a sua segurança, e ainda ganharia alguns mil-réis”.
As comadres percebendo que essa conversa sempre me aborrece, vão logo se levantando, desejam-me “boa noite!” e vão para as suas casas. Ele – como sempre – se oferece para guardar as cadeiras. Digo que não precisa, mas mesmo assim, ele as guarda só para entrar na minha casa. Como quem nada quer, comenta que a noite está fria e que só um cafezinho mesmo para espantar o frio. Ofereço-lhe café [só por educação] e ele vai logo sentando no sofá. Abusado.
Comenta mais uma vez que eu deveria alugar um quarto. “Eu mesmo, por exemplo, pagaria por um, afinal, há tempos que penso em sair daquele quartinho alugado lá da Rua dos Remédios”, fala todo pomposo.
Mal termina seu café e eu já pego logo a xícara da sua mão, abro a porta da rua e lhe dou “boa noite!”.
“Não quero tomar o tempo da senhora mais que já tomei. Mas pense sobre o aluguel do quarto. Passar bem!”, diz querendo parecer um cavalheiro. Sorrio-lhe só por educação.
Ele sai. Eu vou para o meu quarto.
Deito-me e me pego desejando que o dia seguinte venha logo, e eu possa vê-lo fazer tudo de novo.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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