domingo, 12 de abril de 2009

VIM-ME EMBORA DE PASÁRGADA

Vim-me embora de Pasárgada
Lá não adianta ser amigo do Rei
Nem mesmo com a mulher que eu quero
Na cama que escolhi
Vim-me embora de Pasárgada
Vim-me embora de Pasárgada
Lá também eu não era feliz
Lá a existência é uma loucura
De tal modo intransigente
Que Joana a Louca de Espanha

Rainha, porém, não tão demente
Nunca foi contraparente
Da nora que nunca tive
Era impossível fazer ginástica
E andar de bicicleta
Caí montando burro brabo
E escorreguei do pau-de-sebo
Quase me afoguei no mar!
E depois de tudo, já muito cansado
Deitei na beira do rio
Chamando Mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar

Vim-me embora de Pasárgada
Em Pasárgada falta tudo
Nem parece uma civilização
Sem um processo seguro
De impedir concepção
Telefones são quebrados
Ah, alcalóide tem sim, à vontade!
Prostitutas bonitas também tem
Para a gente... err... namorar

E é claro que fiquei triste
E triste de não ter jeito
E à noite me deu
Vontade de me matar
— Lá não adianta ser amigo do rei —
Nem mesmo com a mulher que eu quero
Na cama que escolhi

Vim-me embora de Pasárgada.

2 comentários:

João Victor disse...

Muito bom, voltemos todos dos nossos países imaginários, busqemos todos os lugares reais, assim seremos felizes!

rsrsrs!

COMENTÁRIO TÉCNICO:
Posto o segundo desafio, destruição dos pilares da literatura nacional, um texto pervertido de uma obra prima é mais prima que o próprio original.

Daniela Ferron Carneiro disse...

Dan!
Como sempre contribuindo com textos ótimos e boas reflexões!

saudades de todos,
bjos!