sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A DIFÍCIL TAREFA DE SE COMUNICAR


Nas ruas de nova York, durante encontros com um velho amigo, um homem tenta fugir da realidade de uma tragédia que o persegue.

Charlie (Adam Sandler) perdeu tudo – inclusive a sanidade – ao perder a esposa e as três filhas, em um dos aviões que atingiram as Torres Gêmeas. Alan (Dom Chaedle) é um bem sucedido odontologista que reencontra um amigo (Charlie) dos tempos de faculdade. Ele sabe que seu amigo não está bem, e tenta ajuda-lo.

Charlie não que falar sobre seu passado, não quer aproximação de ninguém que possa fazê-lo lembrar sobre sua família, e é justamente por isso, que ele permite que Alan se aproxime, pois este o conhecia muito bem, mas quando era solteiro. E isso lhe dá a segurança de que Alan não fará perguntas.

Apesar de Alan ter um bom emprego, um bom casamento, ele também se mostra ser uma pessoa com dificuldades de falar sobre si. Até mesmo para a esposa que ele tanto ama.

Aos poucos, os amigos vão se abrindo, e falam de si um para o outro.

É aquele tipo de relação onde, um tem aquilo que o outro anseia. Podemos chamar de “Relação Simbiótica”.

Percebemos também que, o filme mostra um olhar do “Homem-Que-Caminha-Pelas-Ruas”, ou seja, sempre observamos os personagens caminhando pelas calçadas e ruas da cidade. Ruas que parecem não ter fim. Retratando assim, a nossa pequenez diante de um mundo tão imenso.

Imenso também, são os monstros que Charlie enfrenta em seu jogo de vídeo-game favorito: “Colossus”. Sua avidez por destruir tais criaturas colossais, nos faz refletir se, na verdade, ao destruir aqueles monstros, ele pensa estar destruindo o colossal monstro do radicalismo religioso ou o monstro-dor que lhe percegue.

Mike Binder soube conduzir o filme com leveza e sem apelos. Dom Chaedle tem um bom desempenho e Adam Sandler, tão conhecido por personagens caricatos e histriônicos, conseguiu dosar tristeza e solidão ao seu Charlie.

O que teria tudo para ser um filme “choroso” sobre alguém que perdeu toda a família no fatídico 11/09, “Reine Sobre Mim” resolve narrar sobre a incomunicabilidade entre as pessoas. Uma verdadeira barreira invisível.

Um filme que não tem um apelo dramático exagerado, e que nos passa um toque de realidade, para um acontecimento tão irreal, que foi o ataque ao World Trade Center.

Um comentário:

Nanda Soares® disse...

Eu pensei em pegar esse filme, mas no dia eu tava muito melancólica, e não tava afim de chorar!

MAs vai ser minha próxima escolha para levar para casa.