O “tic-tac” do relógio ‘tá começando a incomodar. A comida ‘tá gostosa, mas não sei por que tinha que ser desse jeito. Ela poderia muito bem deixar um prato feito pra mim e pronto. Nada de jantar a luz de velas. Caráca, essas velas ‘tão me sufocando!
Nossa! Nós estamos apenas comendo e não conversamos nada. Será se ele reparou que eu cortei meu cabelo? Talvez eu puxe assunto... Mas falar o quê? Do meu cabelo que ele não reparou? Está com um olhar tão perdido...
Não sei por que ela insiste em tentar salvar nosso casamento. Não tem mais o que salvar. Argh! O cheiro dessa vela me sufoca.
Ele é tão bonito! Será se tem alguma mulher interessada nele? Ou pior, será se ele está interessado em alguma mulher? Nós ainda somos jovens, não precisamos terminar assim. Até parece que nós nunca nos amamos.
Não sei por que eu ainda participo dessas coisas. A gente não tem mais nada a ver um com o outro. Eu preciso sair dessa casa, preciso começar uma vida nova. Tenho que mudar isso, senão, vamos continuar na mesma: dois estranhos sentados à mesa.
Eu sou uma boba mesmo, ele abre a boca somente para comer. Já deve estar cansado disso tudo.
Eu deveria elogiar a comida. Sei que ela se esforça, mas não é por má vontade, apenas não dá mais ficar nisso.
Hum. E se eu tivesse pintado de vermelho, será se ele iria notar? Com certeza, não. Ele não me nota, sou praticamente uma estranha para ele.
Ela ainda é bonita. Ah, mas não faz tanto tempo assim que a gente ‘tá casado. Nossa, nem lembro mais como é o sorriso dela! A gente já não passa muito tempo junto. Talvez eu devesse conversar mais com ela.
Acho que vou pedir o divórcio. Não adianta ficar com uma pessoa que não dá a mínima para você. Faço de tudo para manter nosso casamento, mas ele nem percebe.
Tanta coisa que tenho para dizer pra ela, mas sempre fico calado. Sei que sou o culpado por a gente estar assim. Ah, como eu queria ser mais claro com os meus sentimentos. Pensando bem, não quero ir embora, afinal, eu ainda gosto dela.
A quem eu estou querendo enganar? Eu não consigo ir embora. Ele é que deveria ir embora. Tanta coisa que não foi dita entre nós. Vamos terminar assim. Ele não me diz o que está pensando e nem eu digo para ele o que tudo isso me causa.
Ela é linda! É inteligente, e sempre tem algo divertido pra dizer. Se bem que, nunca mais rimos juntos. Nunca mais fizemos um monte de coisas juntos. Não posso perder uma mulher assim.
Acho que seria melhor se nós conversássemos sobre tudo isso, talvez, as coisas mudassem. Mas homem nunca gosta de conversar sobre a relação, e ele então, nunca conversa sobre nada.
Tenho que conversar com ela e dizer o que sinto. Não posso perdê-la só porque sou um babaca que não consegue deixar as coisas claras. Ai, mas é difícil. Mas tenho que dizer algo!
- O jantar ‘tava bom.
- ‘Brigada.
- É... Eu já vou deitar. Boa noite.
- Boa.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
O HOMEM INVISÍVEL
Ele sai de casa às quatro e meia da manhã todos os dias. Uma hora depois, chega ao seu destino. Veste a sua farda, depois toma um cafezinho para espantar o frio e a fome [como sai muito cedo, não dá tempo de tomar o café da manhã em casa]. Inicia sua jornada de trabalho na portaria, às seis.
Os moradores do prédio começam a sair de seus apartamentos por volta das sete ou sete e meia. Com o seu habitual sorriso, deseja bom dia a todos que passam em seus luxuosos carros, mas somente os que estão com os vidros abaixados podem ouvir, e ainda sim, não respondem. Ele não se importa, pois sabe que está fazendo a sua parte e, no dia que parar de desejar bom dia, será chamado à atenção pelo síndico.
Os outros companheiros de trabalho o acham um tolo, por continuar a desejar bom dia para pessoas que nunca respondem, mas ele insiste dizendo que está fazendo a sua parte.
Carro após carro vai passando pela portaria.
- Bom dia, Dr. Orlando! – diz e acena discretamente.
O Dr. Orlando continua olhando para frente, não responde e mantém as mãos fixas no volante.
“Ele é um advogado muito ocupado, não tem tempo pra prestar atenção em outras coisas. Talvez, não respondeu por isso.” Pensa.
- Bom dia, dona Carla!
A dona Carla não responde e nem olha para ele. Grita com seus filhos que estão fazendo bagunça dentro do carro, e segue em frente.
“Essas crianças não deixam ninguém conversar.” Justifica para si.
- Bom dia, Roberta!
Mas a empregada do 1982 passa pela porta e não lhe dá a menor atenção. E ele fica tentando descobrir o que é que deixa as pessoas assim, pois quase todos os funcionários tendem a agir como seus patrões.
- Tenha um bom dia, dona Silvia! – fala alto e acena, pois dona Silvia está com os vidros fechados.
- Deixa de ser besta, homem! Esse povo nem repara em você. É como se você fosse invisível. – adverte o jardineiro que o observava desejar bom dia a todos que passaram por lá.
- Não. Nada melhor que desejar “bom dia!”. Eles podem até não saber, mas isso realmente melhora o dia deles.
- Sei. Pois, boa sorte, Homem Invisível! – debocha o jardineiro.
E todos os dias em seu trabalho são iguais, deseja os seus “bom dia!” e mesmo sem obter resposta, mantém o sorriso no rosto.
“Ótimo dia trabalho pro senhor, seu Carlos!”; “Boa aula, professor!”; “Até mais e um bom dia, seu Pedro!”; “Boa aula, crianças!”; “Bom dia, Dra. Rita!”; e todos passam sem responder, acenar ou sequer olhar para ele.
Dia após dia a mesma coisa, e os outros funcionários do prédio chamando-o de Homem Invisível, porém, nada disso o incomodava.
Um dia, terminara o seu horário de trabalho e ele se preparava para ir embora, quando, passando pela portaria, cruzou com uma moradora e sua filhinha, desejou-lhes boa noite e seguiu.
- Boa noite, João! – respondeu a menina, sorrindo e acenando para ele.
João parou, olhou mais um pouco para aquela criança e foi embora para casa mais feliz que o habitual. E as pessoas que o viam na rua, ficavam curiosas por ver que aquele homem sorria sem um motivo aparente. E ao perceber que todos olhavam para ele, João sorriu mais ainda e disse:
- Não, eu não sou invisível!
Os moradores do prédio começam a sair de seus apartamentos por volta das sete ou sete e meia. Com o seu habitual sorriso, deseja bom dia a todos que passam em seus luxuosos carros, mas somente os que estão com os vidros abaixados podem ouvir, e ainda sim, não respondem. Ele não se importa, pois sabe que está fazendo a sua parte e, no dia que parar de desejar bom dia, será chamado à atenção pelo síndico.
Os outros companheiros de trabalho o acham um tolo, por continuar a desejar bom dia para pessoas que nunca respondem, mas ele insiste dizendo que está fazendo a sua parte.
Carro após carro vai passando pela portaria.
- Bom dia, Dr. Orlando! – diz e acena discretamente.
O Dr. Orlando continua olhando para frente, não responde e mantém as mãos fixas no volante.
“Ele é um advogado muito ocupado, não tem tempo pra prestar atenção em outras coisas. Talvez, não respondeu por isso.” Pensa.
- Bom dia, dona Carla!
A dona Carla não responde e nem olha para ele. Grita com seus filhos que estão fazendo bagunça dentro do carro, e segue em frente.
“Essas crianças não deixam ninguém conversar.” Justifica para si.
- Bom dia, Roberta!
Mas a empregada do 1982 passa pela porta e não lhe dá a menor atenção. E ele fica tentando descobrir o que é que deixa as pessoas assim, pois quase todos os funcionários tendem a agir como seus patrões.
- Tenha um bom dia, dona Silvia! – fala alto e acena, pois dona Silvia está com os vidros fechados.
- Deixa de ser besta, homem! Esse povo nem repara em você. É como se você fosse invisível. – adverte o jardineiro que o observava desejar bom dia a todos que passaram por lá.
- Não. Nada melhor que desejar “bom dia!”. Eles podem até não saber, mas isso realmente melhora o dia deles.
- Sei. Pois, boa sorte, Homem Invisível! – debocha o jardineiro.
E todos os dias em seu trabalho são iguais, deseja os seus “bom dia!” e mesmo sem obter resposta, mantém o sorriso no rosto.
“Ótimo dia trabalho pro senhor, seu Carlos!”; “Boa aula, professor!”; “Até mais e um bom dia, seu Pedro!”; “Boa aula, crianças!”; “Bom dia, Dra. Rita!”; e todos passam sem responder, acenar ou sequer olhar para ele.
Dia após dia a mesma coisa, e os outros funcionários do prédio chamando-o de Homem Invisível, porém, nada disso o incomodava.
Um dia, terminara o seu horário de trabalho e ele se preparava para ir embora, quando, passando pela portaria, cruzou com uma moradora e sua filhinha, desejou-lhes boa noite e seguiu.
- Boa noite, João! – respondeu a menina, sorrindo e acenando para ele.
João parou, olhou mais um pouco para aquela criança e foi embora para casa mais feliz que o habitual. E as pessoas que o viam na rua, ficavam curiosas por ver que aquele homem sorria sem um motivo aparente. E ao perceber que todos olhavam para ele, João sorriu mais ainda e disse:
- Não, eu não sou invisível!
terça-feira, 23 de setembro de 2008
TODOS QUEREM DIZER/OUVIR "EU TE AMO!"
Ele chegou preocupado em sua casa. Não sabe bem ao certo por que falou aquela maldita frase justamente naquele momento. Queria encontrar uma explicação para aquilo, mas não chegava a nenhum argumento plausível. Agora que falou, sabia que iria ter que agüentar as conseqüências.
Em mais de quinze anos de vida sexual ativa, aquela foi a primeira vez que disse “eu te amo!” durante o sexo.
Na verdade, tudo não passou de um impulso. Quando estava próximo ao orgasmo, sentiu uma vontade incontrolável de dizer algo, então, resolver dizer “eu te amo!”. Mas ele sabia que foi um erro terrível, pois esse tinha sido o segundo encontro deles, e a primeira vez que foram para a cama. Com certeza, no dia seguinte ela iria ligar para ele querendo saber por que ainda não tinha ligado para ela. E pior, usando aquela vozinha dengosa de mulher apaixonada. E pior ainda, chamando-o de “mô”! Não, não. Ele não poderia entrar numa dessas, e já sabia o que deveria fazer: Iria deixar o celular desligado por, pelo menos, três dias. Assim, ela iria se cansar de tentar falar com ele. Pronto, resolveu o problema! Sorte ele ser um cara tão esperto.
Se sentiu mais calmo e o sono logo veio.
Enquanto isso, ela, em seu apartamento, apagava o nome dele do seu celular.
- Um homem que diz “eu te amo!” pra uma mulher, na primeira vez que vai pra cama com ela, só pode ser louco! Acho que vou mudar o número do meu celular...
Em mais de quinze anos de vida sexual ativa, aquela foi a primeira vez que disse “eu te amo!” durante o sexo.
Na verdade, tudo não passou de um impulso. Quando estava próximo ao orgasmo, sentiu uma vontade incontrolável de dizer algo, então, resolver dizer “eu te amo!”. Mas ele sabia que foi um erro terrível, pois esse tinha sido o segundo encontro deles, e a primeira vez que foram para a cama. Com certeza, no dia seguinte ela iria ligar para ele querendo saber por que ainda não tinha ligado para ela. E pior, usando aquela vozinha dengosa de mulher apaixonada. E pior ainda, chamando-o de “mô”! Não, não. Ele não poderia entrar numa dessas, e já sabia o que deveria fazer: Iria deixar o celular desligado por, pelo menos, três dias. Assim, ela iria se cansar de tentar falar com ele. Pronto, resolveu o problema! Sorte ele ser um cara tão esperto.
Se sentiu mais calmo e o sono logo veio.
Enquanto isso, ela, em seu apartamento, apagava o nome dele do seu celular.
- Um homem que diz “eu te amo!” pra uma mulher, na primeira vez que vai pra cama com ela, só pode ser louco! Acho que vou mudar o número do meu celular...
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
CAMINHADA
- Vamos continuar?
- Não sei. Às vezes eu penso em parar.
- Não. Não. Essa é a última coisa que devemos fazer. Parar, só quando chegar a hora.
- E se já for a hora?
- Quem disse que é?
- E quem disse que não?
- Bom, eu vou continuar. E se fosse você, faria o mesmo.
- Não sei...
- Vamos lá. Temos que seguir em frente e vamos fugir da Morte.
- Ela não corre atrás da gente. Pelo contrário, ela fica lá na frente esperando. E quando chegamos – ZUM – já era.
- Poxa, você REALMENTE quer ficar, hein?
- É. Já não vejo tantos motivos pra continuar.
- Então, nos despedimos aqui. Tchau!
- ... Ei... Me espera, eu vou.
- Não sei. Às vezes eu penso em parar.
- Não. Não. Essa é a última coisa que devemos fazer. Parar, só quando chegar a hora.
- E se já for a hora?
- Quem disse que é?
- E quem disse que não?
- Bom, eu vou continuar. E se fosse você, faria o mesmo.
- Não sei...
- Vamos lá. Temos que seguir em frente e vamos fugir da Morte.
- Ela não corre atrás da gente. Pelo contrário, ela fica lá na frente esperando. E quando chegamos – ZUM – já era.
- Poxa, você REALMENTE quer ficar, hein?
- É. Já não vejo tantos motivos pra continuar.
- Então, nos despedimos aqui. Tchau!
- ... Ei... Me espera, eu vou.
sábado, 6 de setembro de 2008
D R
- Diz pra mim um defeito meu.
- Hã?!
- Me diz um defeito que eu tenho.
- Ah, ‘cê não tem.
- Claro que tenho! Me diz, vai. Só um.
- Mas meu amor, eu não vejo nenhum defeito em você.
- Oww... Por favor, me diz. Como seria a namorada perfeita pra você?
- Amor, você É perfeita pra mim. Agora vamos prestar atenção, pois já vai começar o segundo tempo.
- Mas eu tenho defeitos, ora!
- Eu não acho.
- Tenho sim!
- Ah, então não precisa que eu lhe fale.
- Claro que precisa! Afinal, eu preciso saber o que em mim incomoda você.
- ‘Cê tem cada uma...
- Sinceridade e transformação são essenciais para um relacionamento duradouro. Me diz só um. Unzinho.
- Não. Não vou comprar briga com você.
- Mas não vamos brigar. Isso chama-se exercitar a sinceridade e aceitação de seus próprios defeitos através de um diálogo claro.
- Não vou falar nada. Não quero brigar nem magoar você. E o jogo já começou.
- Por favor! A gente precisa conversar, sabia?
- Sim, claro. Mas podemos fazer isso depois do jogo.
- Amor... Por favor! Como deve ser a mulher ideal pra você?
- A mulher ideal pra mim tem que ser muda.
- ...
- Hã?!
- Me diz um defeito que eu tenho.
- Ah, ‘cê não tem.
- Claro que tenho! Me diz, vai. Só um.
- Mas meu amor, eu não vejo nenhum defeito em você.
- Oww... Por favor, me diz. Como seria a namorada perfeita pra você?
- Amor, você É perfeita pra mim. Agora vamos prestar atenção, pois já vai começar o segundo tempo.
- Mas eu tenho defeitos, ora!
- Eu não acho.
- Tenho sim!
- Ah, então não precisa que eu lhe fale.
- Claro que precisa! Afinal, eu preciso saber o que em mim incomoda você.
- ‘Cê tem cada uma...
- Sinceridade e transformação são essenciais para um relacionamento duradouro. Me diz só um. Unzinho.
- Não. Não vou comprar briga com você.
- Mas não vamos brigar. Isso chama-se exercitar a sinceridade e aceitação de seus próprios defeitos através de um diálogo claro.
- Não vou falar nada. Não quero brigar nem magoar você. E o jogo já começou.
- Por favor! A gente precisa conversar, sabia?
- Sim, claro. Mas podemos fazer isso depois do jogo.
- Amor... Por favor! Como deve ser a mulher ideal pra você?
- A mulher ideal pra mim tem que ser muda.
- ...
quinta-feira, 10 de julho de 2008
FOTÓGRAFO
Gosto de me "sentir" fotógrafo [só não posso esquecer que sou amador].
Algumas pessoas dizem que sou bom, embora eu não veja essa definição como algo correto, as a aceito com certa vaidade [é, eu sei que me falta modéstia].
Um vez, eu li um texto que dizia não achar correto o fotógrafo se analisado por suas fotografias e não por ele mesmo, então, me pus a refletir a respeito. Ora, sendo eu um fotógrafo [mesmo que amador], não vejo outra maneira para ser analisado, afinal, a fotografia é o resultado final da sensibilidade do meu olhar! Mas, mesmo sendo isso, ela [a fotografia] não pode ser qualificada como produto final da arte, pois depende também da sensibilidade do olhar do espectador. Aí sim, haverá o "diálogo dos olhares", que gira em torno do que eu quero dizer com a fotografia e o que o espectador sente ao vê-la.
Eu mesmo como espectador, já me senti envolvido por diversas imagens, mas também já desdenhei muitas outras. E como fotógafo, achei que "fiz" imagens belíssimas, porém, ninguém se envolveu com elas. A questão é, o fotógrafo pode sim ser analizado por sua fotografias, mas, creio eu, não pode ser rotulado por elas, pois as imagens sempre terão um impacto diferente para cada pessoa.
Algumas pessoas dizem que sou bom, embora eu não veja essa definição como algo correto, as a aceito com certa vaidade [é, eu sei que me falta modéstia].
Um vez, eu li um texto que dizia não achar correto o fotógrafo se analisado por suas fotografias e não por ele mesmo, então, me pus a refletir a respeito. Ora, sendo eu um fotógrafo [mesmo que amador], não vejo outra maneira para ser analisado, afinal, a fotografia é o resultado final da sensibilidade do meu olhar! Mas, mesmo sendo isso, ela [a fotografia] não pode ser qualificada como produto final da arte, pois depende também da sensibilidade do olhar do espectador. Aí sim, haverá o "diálogo dos olhares", que gira em torno do que eu quero dizer com a fotografia e o que o espectador sente ao vê-la.
Eu mesmo como espectador, já me senti envolvido por diversas imagens, mas também já desdenhei muitas outras. E como fotógafo, achei que "fiz" imagens belíssimas, porém, ninguém se envolveu com elas. A questão é, o fotógrafo pode sim ser analizado por sua fotografias, mas, creio eu, não pode ser rotulado por elas, pois as imagens sempre terão um impacto diferente para cada pessoa.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
PIZZA
Justamente na hora que eu estava assistindo a minha novela, quietinha no meu canto, alguém começa a bater em minha porta. E eu, na maior coragem do mundo tive que me levantar pra ir atender. E o pior, que além de bater, o danado do garoto também ficava chamando, chamando não, gritando! Maior chateação ter que perder minha novelinha.
“toc-toc”
- Já vai, já vai!
“toc-toc”
- Quem é?!
- Entregadô de pizza.
- Mas eu não pedi pizza!
- Cacete!!! Me mandaram pro endereço errado de novo!! Que droga!!
- Ó o linguajar, garoto!
- Discupa, dona.
- Qual sabor?
- Hein?!
- Qual o sabor?
- Da pizza?
- Sim!
- É...
- Hein, meu senhor??!
- Num sei dona, eu num posso olhar, só faço as entrega.
- Só faz isso e ainda não faz direito! Nam!
- Ei, mas foi o povo que mandô pra cá. E deixa eu ir, que a droga dessa pizza já fêis foi esfriar!
- Sei... Então tchau!
- Ei dona... Será que num dá pra sinhora me dá o meno a gorjeta não, hein?
- Que gorjeta?!
- Bom, eu vim até aqui, né? Mesmo sendo errado, cheguei no tempo, e não foi minha culpa se o lugar num é aqui. Então, sei lá, pelo menos fui eficiente em chegá. Que tal uma gorjeta? Daí já fica como crédito quando a sinhora pidí uma pizza, não vai mais me dar gorjeta.
- Hmm... Toma aí R$ 1,00.
- Ô dona, valeu, viu? Brigadão mermo! Ó, que Deus li abençoi, viu?!
- Viu. Mas, vem cá, você já ouvir falar em telecurso, educação à distância, essas coisas?
- Sim sinhora, mi formei no 2º grau por ele.
- Percebi... Tchau!
- Inté!
“toc-toc”
- Já vai, já vai!
“toc-toc”
- Quem é?!
- Entregadô de pizza.
- Mas eu não pedi pizza!
- Cacete!!! Me mandaram pro endereço errado de novo!! Que droga!!
- Ó o linguajar, garoto!
- Discupa, dona.
- Qual sabor?
- Hein?!
- Qual o sabor?
- Da pizza?
- Sim!
- É...
- Hein, meu senhor??!
- Num sei dona, eu num posso olhar, só faço as entrega.
- Só faz isso e ainda não faz direito! Nam!
- Ei, mas foi o povo que mandô pra cá. E deixa eu ir, que a droga dessa pizza já fêis foi esfriar!
- Sei... Então tchau!
- Ei dona... Será que num dá pra sinhora me dá o meno a gorjeta não, hein?
- Que gorjeta?!
- Bom, eu vim até aqui, né? Mesmo sendo errado, cheguei no tempo, e não foi minha culpa se o lugar num é aqui. Então, sei lá, pelo menos fui eficiente em chegá. Que tal uma gorjeta? Daí já fica como crédito quando a sinhora pidí uma pizza, não vai mais me dar gorjeta.
- Hmm... Toma aí R$ 1,00.
- Ô dona, valeu, viu? Brigadão mermo! Ó, que Deus li abençoi, viu?!
- Viu. Mas, vem cá, você já ouvir falar em telecurso, educação à distância, essas coisas?
- Sim sinhora, mi formei no 2º grau por ele.
- Percebi... Tchau!
- Inté!
quinta-feira, 3 de abril de 2008
SONHO
As crianças corriam e brincavam pelo pátio do orfanato, porém, duas delas estavam sentadas em um canto, conversando.
- Quando será que eles vêm, hein Paulo?
- "Eles" quem, Zé?!
- Os meus novos pais e os seus novos pais.
- Ah. Sei lá, mas acho que logo, logo.
- Nossa, vai ser muito legal ter uma família!
- É verdade. Não vejo a hora de ser adotado.
- Paulo?
- Oi.
- Me promete que vamos continuar nos falando.
- Claro.
- Ei, vai ser muito legal passear com nossa nova família, né?!
- Ah, vai mesmo.
- Vou pedir ao meu novo pai que o nosso primeiro passeio, seja, assistir a um jogo de futebol no estádio.
- Pois eu vou pedir pro meu novo pai me levar ao cinema. Vou comer pipoca, tomar refrigerante, e tudo mais que eu tiver direito.
- Paulo?
- Oi, Zé.
- Você acredita mesmo que um dia a gente vai ser adotado?!
- Não Zé, não mesmo.
- Nem eu.
As crianças corriam e brincavam pelo pátio do orfanato, mas em um canto, Zé e Paulo continuavam conversando e sonhando.
- Quando será que eles vêm, hein Paulo?
- "Eles" quem, Zé?!
- Os meus novos pais e os seus novos pais.
- Ah. Sei lá, mas acho que logo, logo.
- Nossa, vai ser muito legal ter uma família!
- É verdade. Não vejo a hora de ser adotado.
- Paulo?
- Oi.
- Me promete que vamos continuar nos falando.
- Claro.
- Ei, vai ser muito legal passear com nossa nova família, né?!
- Ah, vai mesmo.
- Vou pedir ao meu novo pai que o nosso primeiro passeio, seja, assistir a um jogo de futebol no estádio.
- Pois eu vou pedir pro meu novo pai me levar ao cinema. Vou comer pipoca, tomar refrigerante, e tudo mais que eu tiver direito.
- Paulo?
- Oi, Zé.
- Você acredita mesmo que um dia a gente vai ser adotado?!
- Não Zé, não mesmo.
- Nem eu.
As crianças corriam e brincavam pelo pátio do orfanato, mas em um canto, Zé e Paulo continuavam conversando e sonhando.
terça-feira, 25 de março de 2008
[SE] DESCONSTRUIR PARA CONSTRUIR
Eu preciso gritar, preciso romper, preciso quebrar.
O quê (ou com quê) não sei, e isso me atrasa, pois perco tempo tentando achar algo para desestruturar, para subverter.
Saio de casa, vou morar só, já não agüento mais a minha mãe me tratando como uma criança! Que saco! Sinto uma sensação constante de angústia.
Agora sim! Estou fora de casa, no meu espaço, que é só meu! Tô feliz nesse lugar... e essas paredes tão próximas... me sufocando... ai, ai, preciso gritar.
Vou gritar: AHHHHHHHHHHH...
Nossa, minha garganta está doendo, e cadê a minha mãe, eu preciso que ela me dê remédio pra parar a dor que tô sentindo, vou ligar pra ela. Ah, mas não vou conseguir falar com a garganta neste estado. Melhor ir pra casa, pra MINHA CASA!
Bom, acho que devo apenas romper, subverter, quebrar, mas gritar não, não mesmo!
* * *
- Mããããe...
- Oi meu filho?
- Minha garganta tá dueno.
- Só um instante meu filho. Vá pra sua cama que eu vou levar um remedinho pra você.
- Tá bom. Mãe...
- Oi filhinho?
- Te amo!
- Eu sei bebê, eu sei. Também te amo!
sexta-feira, 21 de março de 2008
Há muito que não escrevo aqui...
na verdade nem sei muito bem o que escrever, só me deu vontade de registrar algo !!
Eu acho interessante observar as pessoas... compartilhar de seus planos e idéias e acompanhar o desenrolar de suas vidas... participar das conquistas, apoiar quando necessário, enfim...
o importante é saber em que ponto a sua vida se confunde com a vida alheia... até que ponto voce deve deixar de fazer algo por você pra fazer pelos outros... e a resposta é: nunca... ou quase nunca... enfim...
na verdade nem sei muito bem o que escrever, só me deu vontade de registrar algo !!
Eu acho interessante observar as pessoas... compartilhar de seus planos e idéias e acompanhar o desenrolar de suas vidas... participar das conquistas, apoiar quando necessário, enfim...
o importante é saber em que ponto a sua vida se confunde com a vida alheia... até que ponto voce deve deixar de fazer algo por você pra fazer pelos outros... e a resposta é: nunca... ou quase nunca... enfim...
quarta-feira, 5 de março de 2008
MARÇOS
No dia 08 de Março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Infelizmente – como muita coisa nessa vida – o Dia da Mulher “sofreu” transformações. Esqueceram que esse dia foi escolhido para ser dedicado às mulheres, porque algumas tecelãs que trabalhavam em uma fábrica de Nova York foram brutalmente assassinadas porque se reuniram para reivindicar melhorias no trabalho, uma delas seria a redução na carga horária de 14 para 10 horas (!), e aumento nos salários. Portanto, esse dia, seria a representação da união e força feminina.
Uma data que outrora fora de discussões políticas, atualmente aproveita-se para exercitar o romantismo. É uma mistura de Dia das Mães com Dia dos Namorados, ou seja, basta dar um buquê e dizer “parabéns”, que foi cumprido com as “obrigações” para o dia.
O que nós devemos fazer é nos questionar se realmente a mulher já tem o seu reconhecimento. Precisamos dar o devido valor que merecem. À mulher, não se deve dedicar apenas um dia, mas todos! Piegas? Pode ser. Mas verdadeiro, pois apesar de ter conquistado muitas batalhas, a mulher “paga” um preço alto por essa emancipação, afinal, além de executiva, motorista, professora entre tantas outras profissões, ela ainda tem que cumprir com o papel de mãe, esposa e dona de casa. Tarefas que nenhum homem saberia administrar tão harmoniosamente quanto a mulher.
E mesmo com todo o preconceito, elas – aos trancos e barrancos – procuram cada vez mais se expandir. Essa é uma magnífica característica da mulher: inconformismo.
Mulheres, o poeta disse, “elas sorriem quando querem gritar”, portanto, mostrem o sorriso dos vossos corações, e que esse sorriso seja, na verdade, um urro pedindo o fim de toda indiferença e desrespeito.
Levantem-se, partam essas amarras, ponham um fim ao jugo machista e mostrem a força que têm.
Tu és poderosa mulher, quem – senão tu – é capaz de suportar (e superar) a dor? Dor do preconceito, dor da indiferença, da agressão e a maior, porém não pior, de todas as dores, a dor do parto. Dor essa, que é justamente o que te faz bela, pois és capaz de gerar vida!
Unam-se novamente, marchem na mesma direção e reivindiquem atenção, amor, melhores maridos, filhos, irmãos e pais. Exijam o respeito que merecem. Façam o povo entender a Alma Feminina, e refletir sobre o teu dia, o Dia da Mulher.
Parabéns Mulher!!
Uma data que outrora fora de discussões políticas, atualmente aproveita-se para exercitar o romantismo. É uma mistura de Dia das Mães com Dia dos Namorados, ou seja, basta dar um buquê e dizer “parabéns”, que foi cumprido com as “obrigações” para o dia.
O que nós devemos fazer é nos questionar se realmente a mulher já tem o seu reconhecimento. Precisamos dar o devido valor que merecem. À mulher, não se deve dedicar apenas um dia, mas todos! Piegas? Pode ser. Mas verdadeiro, pois apesar de ter conquistado muitas batalhas, a mulher “paga” um preço alto por essa emancipação, afinal, além de executiva, motorista, professora entre tantas outras profissões, ela ainda tem que cumprir com o papel de mãe, esposa e dona de casa. Tarefas que nenhum homem saberia administrar tão harmoniosamente quanto a mulher.
E mesmo com todo o preconceito, elas – aos trancos e barrancos – procuram cada vez mais se expandir. Essa é uma magnífica característica da mulher: inconformismo.
Mulheres, o poeta disse, “elas sorriem quando querem gritar”, portanto, mostrem o sorriso dos vossos corações, e que esse sorriso seja, na verdade, um urro pedindo o fim de toda indiferença e desrespeito.
Levantem-se, partam essas amarras, ponham um fim ao jugo machista e mostrem a força que têm.
Tu és poderosa mulher, quem – senão tu – é capaz de suportar (e superar) a dor? Dor do preconceito, dor da indiferença, da agressão e a maior, porém não pior, de todas as dores, a dor do parto. Dor essa, que é justamente o que te faz bela, pois és capaz de gerar vida!
Unam-se novamente, marchem na mesma direção e reivindiquem atenção, amor, melhores maridos, filhos, irmãos e pais. Exijam o respeito que merecem. Façam o povo entender a Alma Feminina, e refletir sobre o teu dia, o Dia da Mulher.
Parabéns Mulher!!
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
PRIMEIROS PASSOS
Ele se apoia na parede e, lentamente, se põe de pé. Fica na mesma posição por alguns segundos. Talvez, acostumando os pés e as pernas a essa nova posição [a que ele ficará grande parte da sua vida]. Arrisca o primeiro passo. Devagar. Primeiro passo vencido. Segundo passo. Terá que se afastar da parede e parece ponderar isso. Pé ante pé, ele consegue dar seus primeiros passos. Ops! Caiu!
Olha para os lados, um pouco desconcertado, mas como não tem ninguém por perto olhando, não adianta chorar. Então, é levantar novamente.
Observa seus pés, como que querendo entendê-los. Tenta, a sua maneira, dialogar com seus pés. Quer ter a certeza que eles lhes sustentarão [mal sabe ele que, será dependente de seus pés a partir do momento que conquistar os primeiros passos]. Os pés – também a sua maneira – indicam que estão com ele para o que der e vier.
Procura o apóio mais próximo para se reerguer. Os pés protestam, dizem que ele já não precisa disso. Basta querer levantar, afinal, é pra isso que eles servem. Com algum esforço, se levanta.
Um pé à frente, depois outro, outro e mais outro. A excitação é inevitável! Olha para baixo, e os pés se mostram satisfeitos, sabem que o estão impressionando. É um feito fantástico se locomover nesta nova posição: Em pé!
Sem muito jeito, olha para o lado e vê seus brinquedos. Devagar, muda de direção [é realmente fantástico poder ir para aonde quiser!]. Pé ante pé vai até os brinquedos. Porém, percebeu que os brinquedos estavam muito próximos. Não, ele sente que, com sua curiosidade – e seus pés –, pode explorar outros lugares. Pode ir mais longe.
Pronto, foi selado um pacto entre eles.
Ele irá conhecer a casa e, em breve, o mundo. Pé ante pé.
Olha para os lados, um pouco desconcertado, mas como não tem ninguém por perto olhando, não adianta chorar. Então, é levantar novamente.
Observa seus pés, como que querendo entendê-los. Tenta, a sua maneira, dialogar com seus pés. Quer ter a certeza que eles lhes sustentarão [mal sabe ele que, será dependente de seus pés a partir do momento que conquistar os primeiros passos]. Os pés – também a sua maneira – indicam que estão com ele para o que der e vier.
Procura o apóio mais próximo para se reerguer. Os pés protestam, dizem que ele já não precisa disso. Basta querer levantar, afinal, é pra isso que eles servem. Com algum esforço, se levanta.
Um pé à frente, depois outro, outro e mais outro. A excitação é inevitável! Olha para baixo, e os pés se mostram satisfeitos, sabem que o estão impressionando. É um feito fantástico se locomover nesta nova posição: Em pé!
Sem muito jeito, olha para o lado e vê seus brinquedos. Devagar, muda de direção [é realmente fantástico poder ir para aonde quiser!]. Pé ante pé vai até os brinquedos. Porém, percebeu que os brinquedos estavam muito próximos. Não, ele sente que, com sua curiosidade – e seus pés –, pode explorar outros lugares. Pode ir mais longe.
Pronto, foi selado um pacto entre eles.
Ele irá conhecer a casa e, em breve, o mundo. Pé ante pé.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
causo.
Verso meu que entreguei para o primeiro transeunte que derrubou meus livros no chão. Sujou de lama e não limpei. Só derramei mais lágrimas por ninguém. Então morri de medo de minhas mãos e não saí de casa por dez anos. Agora estou bem aqui, ao lado de um comprador de órgãos e venderei meu cérebro a fim de não-mais-pensar-em-nada.
- Nos vemos na próxima sexta?
- Claro.
- Nos vemos na próxima sexta?
- Claro.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
E eu não fico sozinho
Se eu fosse um pássaro, procuraria não voar horas inteiras pelo firmamento, só as precisas, porque eu gostaria mais de ficar na tranqüilidade do meu ninho pra escutar o que você diz através do vento que passa pela folhagem.
Se eu fosse um cantor, procuraria não cantar pra você frente à platéia noite pós noite, só as precisas, porque eu gostaria mais de ficar na minha casa e calar, solfejar os tons e calar, e só lhe cantar, sentado no chão, as canções que você fez pra mim.
Se eu fosse uma criança, procuraria não ir pela rua todas as semanas brincando com as outras crianças, só as precisas, porque eu gostaria mais de ir sozinho procurando os insetos de ninguém, para lhes encontrar e abraçar como você fez comigo.
Se eu fosse você e você fosse eu, lhe ensinaria a fazer seu ninho, lhe ensinaria a cantar-me e lhe ensinaria a procurar e abraçar, como você fez comigo.
Mas, se eu fosse eu, e você, você, eu não seria um pássaro, nem um cantor, nem uma criança; então não haveria ninho, nem canções, nem ruas, só as precisas, porque você é você e eu sou eu...
mas contigo.
Se eu fosse um cantor, procuraria não cantar pra você frente à platéia noite pós noite, só as precisas, porque eu gostaria mais de ficar na minha casa e calar, solfejar os tons e calar, e só lhe cantar, sentado no chão, as canções que você fez pra mim.
Se eu fosse uma criança, procuraria não ir pela rua todas as semanas brincando com as outras crianças, só as precisas, porque eu gostaria mais de ir sozinho procurando os insetos de ninguém, para lhes encontrar e abraçar como você fez comigo.
Se eu fosse você e você fosse eu, lhe ensinaria a fazer seu ninho, lhe ensinaria a cantar-me e lhe ensinaria a procurar e abraçar, como você fez comigo.
Mas, se eu fosse eu, e você, você, eu não seria um pássaro, nem um cantor, nem uma criança; então não haveria ninho, nem canções, nem ruas, só as precisas, porque você é você e eu sou eu...
mas contigo.
Luis Eduardo Ôrtibu
Guadalajara - México
sábado, 9 de fevereiro de 2008
CHUVA
Lá fora chove. E aqui dentro, eu choro.
A chuva lava a janela do meu quarto.
As lágrimas lavam as janelas da minh’alma.
A chuva me acompanha no meu choro.
Eu choro. Ela chove.
O céu chora um choro cristalino.
Meus olhos chovem uma chuva amargurada.
Lá fora é choro. E eu... sou chuva.
A chuva lava a janela do meu quarto.
As lágrimas lavam as janelas da minh’alma.
A chuva me acompanha no meu choro.
Eu choro. Ela chove.
O céu chora um choro cristalino.
Meus olhos chovem uma chuva amargurada.
Lá fora é choro. E eu... sou chuva.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
FEVEREIROS
(“Alalá ôôôôô! Alalá ôôôôô...”)
Estamos em fevereiro, e os ânimos de (quase) todos estão a mil! Não se fala em outra coisa a não ser, CARNAVAL.
Pois é. Toda conversa, seja na escola, trabalho, bar, universidade, casa, igreja (isso mesmo, até nas igrejas!), gira em torno do carnaval. Lugar algum escapa desse assunto.
As perguntas mais freqüentes são: “Vai passar carnaval onde?”; “ E aí, onde vai ser o carnaval mais ‘irado’?”; “Ei ‘rapá’, carnaval na praia ou na serra?”.
E os comentários após o carnaval são praticamente os mesmos: “Bebi todas!”; “Fiquei com um monte de gatas (os)!”; “Bebi tanto que desmaiei!”; “Rapá, ‘peguei’ todas que pude!”; “Tive que tomar glicose na veia!”.
É que existe a idéia que tudo é possível no carnaval. Tudo mesmo!! Há uma inversão na “ordem” das coisas. Claro que isso pode ser compreendido, afinal, a primeira inversão é a hierárquica. No carnaval do Rio, por exemplo, quem se torna Mestre-Sala, Porta Bandeira, Rainha de Bateria ou outro maior destaque nas escolas de samba, são – geralmente – os moradores da favela, ou seja, os pobres. E os ricos ficam apenas assistindo o grande espetáculo montado pelos pobres. Inversão maior do que essa é impossível!
Algumas pessoas “se oprimem” o ano todo só esperando ansiosamente pelo carnaval para “se libertar”. E como se libertam! Libertam seus instintos mais selvagens (e libidinosos!). Homem sai pelas ruas vestido de mulher, mulher anda seminua, as pessoas sentem-se a vontade em dormir nas ruas (ou fazer TODAS as suas necessidades nela!). Beber até cair, é algo merecedor de troféu! Pessoas que geralmente mal abrem a boca para desejar um “bom dia” de tão tímidas que são, nesta época, se tornam em algumas situações as mais populares da festa, pois abraçam, beijam e sorriem para todo mundo.
E tudo que se faz, depois é justificado com a célebre frase: “Ah, é carnaval!”. Pronto, só isso já explica tudo.
Você pode me ignorar, afinal, a vida é sua e ninguém melhor do que você para saber o que lhe faz feliz, portanto, beba, fume, cheire, dance e namore em pé (mas não esqueça a camisinha!).
Mas que tal se propor algo diferente neste carnaval?! Um retiro espiritual ou pelo menos segurar – um pouco – a onda.
Lembre-se, são quatro dias para se libertar, mas o resto do ano (ou da vida!) para se arrepender.
Um Feliz Carnaval!
Estamos em fevereiro, e os ânimos de (quase) todos estão a mil! Não se fala em outra coisa a não ser, CARNAVAL.
Pois é. Toda conversa, seja na escola, trabalho, bar, universidade, casa, igreja (isso mesmo, até nas igrejas!), gira em torno do carnaval. Lugar algum escapa desse assunto.
As perguntas mais freqüentes são: “Vai passar carnaval onde?”; “ E aí, onde vai ser o carnaval mais ‘irado’?”; “Ei ‘rapá’, carnaval na praia ou na serra?”.
E os comentários após o carnaval são praticamente os mesmos: “Bebi todas!”; “Fiquei com um monte de gatas (os)!”; “Bebi tanto que desmaiei!”; “Rapá, ‘peguei’ todas que pude!”; “Tive que tomar glicose na veia!”.
É que existe a idéia que tudo é possível no carnaval. Tudo mesmo!! Há uma inversão na “ordem” das coisas. Claro que isso pode ser compreendido, afinal, a primeira inversão é a hierárquica. No carnaval do Rio, por exemplo, quem se torna Mestre-Sala, Porta Bandeira, Rainha de Bateria ou outro maior destaque nas escolas de samba, são – geralmente – os moradores da favela, ou seja, os pobres. E os ricos ficam apenas assistindo o grande espetáculo montado pelos pobres. Inversão maior do que essa é impossível!
Algumas pessoas “se oprimem” o ano todo só esperando ansiosamente pelo carnaval para “se libertar”. E como se libertam! Libertam seus instintos mais selvagens (e libidinosos!). Homem sai pelas ruas vestido de mulher, mulher anda seminua, as pessoas sentem-se a vontade em dormir nas ruas (ou fazer TODAS as suas necessidades nela!). Beber até cair, é algo merecedor de troféu! Pessoas que geralmente mal abrem a boca para desejar um “bom dia” de tão tímidas que são, nesta época, se tornam em algumas situações as mais populares da festa, pois abraçam, beijam e sorriem para todo mundo.
E tudo que se faz, depois é justificado com a célebre frase: “Ah, é carnaval!”. Pronto, só isso já explica tudo.
Você pode me ignorar, afinal, a vida é sua e ninguém melhor do que você para saber o que lhe faz feliz, portanto, beba, fume, cheire, dance e namore em pé (mas não esqueça a camisinha!).
Mas que tal se propor algo diferente neste carnaval?! Um retiro espiritual ou pelo menos segurar – um pouco – a onda.
Lembre-se, são quatro dias para se libertar, mas o resto do ano (ou da vida!) para se arrepender.
Um Feliz Carnaval!
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
CANETA NA MÃO E UMA IDÉIA NA CABEÇA
Detesto quando sou tomado por esses arroubos para escrever e no final não sai nada que se aproveite. Dá uma sensação de vazio, pois fico com a caneta na mão, olhando para o papel também vazio, e aí a mente se perde, mas com a caneta firme na mão, esperando algo acontecer, e só saem alguns rabiscos no papel, mas com a caneta firme na mão.
Gosto de escrever (quando consigo!) com caneta e só depois é que digito, não sei explicar, mas acho que assim tenho uma liberdade de criação maior. Afinal, cada doido com a sua mania! Eu tenho uma amiga que só escreve com lapiseira, pois não se sente à vontade em usar a caneta. Disse para ela que isso se deve a uma condição de poder, ou seja, ela tem o poder de alterar, de apagar e “lançar” o escrito no esquecimento.
Acho que muitas pessoas gostariam de ter escrito seu passado com lapiseira (ou lápis), hoje seria mais fácil para elas enfrentá-lo. Bastava encara-lo com uma borracha na mão, e ele (o passado) ficaria quietinho no canto dele, sem riscos de insubordinação, praticamente suplicando para não ser eliminado e aí teríamos a garantia que ele não voltaria. Uma vez li uma frase – não sei de quem é – e concordo com ela, dizia assim: “O passado nunca reconhece seu lugar, está sempre presente”. Porque realmente ele está sempre à espreita, só esperando uma “abertura” para aparecer na nossa frente e nos fazer lembrar das nossas decepções, dores, e claro, das nossas faltas.
Algumas coisas do meu passado eu escrevi a ferro e a fogo, o que é um problema, pois esse passado está bastante presente na minha vida e não tem como eliminá-lo.
Sorte da minha amiga que só escreve com lapiseira!
Gosto de escrever (quando consigo!) com caneta e só depois é que digito, não sei explicar, mas acho que assim tenho uma liberdade de criação maior. Afinal, cada doido com a sua mania! Eu tenho uma amiga que só escreve com lapiseira, pois não se sente à vontade em usar a caneta. Disse para ela que isso se deve a uma condição de poder, ou seja, ela tem o poder de alterar, de apagar e “lançar” o escrito no esquecimento.
Acho que muitas pessoas gostariam de ter escrito seu passado com lapiseira (ou lápis), hoje seria mais fácil para elas enfrentá-lo. Bastava encara-lo com uma borracha na mão, e ele (o passado) ficaria quietinho no canto dele, sem riscos de insubordinação, praticamente suplicando para não ser eliminado e aí teríamos a garantia que ele não voltaria. Uma vez li uma frase – não sei de quem é – e concordo com ela, dizia assim: “O passado nunca reconhece seu lugar, está sempre presente”. Porque realmente ele está sempre à espreita, só esperando uma “abertura” para aparecer na nossa frente e nos fazer lembrar das nossas decepções, dores, e claro, das nossas faltas.
Algumas coisas do meu passado eu escrevi a ferro e a fogo, o que é um problema, pois esse passado está bastante presente na minha vida e não tem como eliminá-lo.
Sorte da minha amiga que só escreve com lapiseira!
sábado, 26 de janeiro de 2008
IRRITADIÇO
Sou uma pessoa extremamente irritável (e às vezes irritante também!)! Sério! Para alguém conseguir me irritar, não precisa se esforçar muito. Basta algumas bobagens que para muitos passariam despercebidas, para mim, é um verdadeiro tormento! Confesso que já briguei muito comigo para mudar o meu gênio, mas não é tão simples assim – pelo menos, não pra mim.
Às vezes tento manter uma conversa “civilizada” com alguém, mas aí o sujeito começa a repetir a mesma palavra ao final de cada frase, tipo: “né?” ou “tá entendendo?” ou “entendeu?”. Pronto, a minha mente começa a borbulhar, e se eu não conseguir mudar de assunto (e os “né’s?”), de forma brusca corto a conversa. Outra situação que muito me irrita, é quando alguém me pede uma explicação sobre determinado assunto e quando começo a explicar, percebo que o ouvinte não está tão “ouvinte” assim, aí mais uma vez, na brutalidade corto a conversa. Poxa, eu não sou tão cansativo assim! Ou sou? Nossa! Essas minhas dúvidas me irritam tanto...
Às vezes tento manter uma conversa “civilizada” com alguém, mas aí o sujeito começa a repetir a mesma palavra ao final de cada frase, tipo: “né?” ou “tá entendendo?” ou “entendeu?”. Pronto, a minha mente começa a borbulhar, e se eu não conseguir mudar de assunto (e os “né’s?”), de forma brusca corto a conversa. Outra situação que muito me irrita, é quando alguém me pede uma explicação sobre determinado assunto e quando começo a explicar, percebo que o ouvinte não está tão “ouvinte” assim, aí mais uma vez, na brutalidade corto a conversa. Poxa, eu não sou tão cansativo assim! Ou sou? Nossa! Essas minhas dúvidas me irritam tanto...
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
AMIGO FIEL
Você, meu Amigo, que sempre me escuta sem nunca me interromper. Que conhece meus segredos mais profundos e nunca os revelou. Sabe dos meus defeitos e os meus pecados – aqueles que não tenho coragem de falar em voz alta, pois me envergonho –, e me aceita assim mesmo.
Meu Amigo, você ouviu minhas gargalhadas quando encontrei meu Amor, e enxugou e absorveu minhas lágrimas quando esse mesmo Amor foi embora [É, eu sei que carrega em teu peito as manchas das minhas lágrimas que derramei sobre ti]. E tornou a ouvir meu sorriso bobo quando me apaixonei novamente.
Nas minhas noites insones, ouve minhas lamentações, meu resmungos, e nunca se aborrece quando, nos meus “dias de lua”, vou dormir sem te desejar “boa noite!”. E se estou alegre ou triste, sempre encontro o aconchego do teu colo.
Você assiste de perto todos os meus sonhos, e deve rir-se de mim quando sonho bobagens, ou coisas absurdas e deliciosas como os sonhos de criança.
A você, meu Amigo, eu tenho uma imensa gratidão, porém, sei que não costumo te dizer o que representa pra mim. Mas quando nos abraçarmos, repara bem na batida do meu coração e sentirá que não é um “tum-tum” ritmado. Não. É um “tum-tum” louco, acelerado, que só fica assim quando estou próximo daqueles que amo. Portanto, caro Amigo, sinta-se amado por mim.
Talvez, eu não diga isso com freqüência, mas saiba que é verdadeiro: Você é muito importante pra mim, caro Amigo travesseiro!
Meu Amigo, você ouviu minhas gargalhadas quando encontrei meu Amor, e enxugou e absorveu minhas lágrimas quando esse mesmo Amor foi embora [É, eu sei que carrega em teu peito as manchas das minhas lágrimas que derramei sobre ti]. E tornou a ouvir meu sorriso bobo quando me apaixonei novamente.
Nas minhas noites insones, ouve minhas lamentações, meu resmungos, e nunca se aborrece quando, nos meus “dias de lua”, vou dormir sem te desejar “boa noite!”. E se estou alegre ou triste, sempre encontro o aconchego do teu colo.
Você assiste de perto todos os meus sonhos, e deve rir-se de mim quando sonho bobagens, ou coisas absurdas e deliciosas como os sonhos de criança.
A você, meu Amigo, eu tenho uma imensa gratidão, porém, sei que não costumo te dizer o que representa pra mim. Mas quando nos abraçarmos, repara bem na batida do meu coração e sentirá que não é um “tum-tum” ritmado. Não. É um “tum-tum” louco, acelerado, que só fica assim quando estou próximo daqueles que amo. Portanto, caro Amigo, sinta-se amado por mim.
Talvez, eu não diga isso com freqüência, mas saiba que é verdadeiro: Você é muito importante pra mim, caro Amigo travesseiro!
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
AUTO-AJUDA
Dentre tantas coisas que me aborrecem, os livros de auto-ajuda, com certeza, estão entre elas.
Partindo da idéia que estou “ouvindo” os conselhos do escritor [do livro de auto-ajuda], então, deixa de ser auto-ajuda e passa a ser uma espécie de – digamos –, consulta.
Como é que pode uma pessoa dizer como eu devo agir?? Alguém pode até defender utilizando do argumento que, os sentimentos (dor; amor; ódio; tristeza) são iguais em todas as pessoas. Porém, eu rebato dizendo que, cada ser, expressa esses sentimentos em maior ou menor intensidade. E é justamente isso que nos faz tão complexo, é a nossa “particularidade”.
Daí vem uma pessoa que não me conhece, não compreende a minha cultura, não acompanhou a minha formação, e diz que basta eu sorrir e dizer “obrigado”, que o mundo – misteriosamente – sorrirá de volta pra mim. Não, o mundo real e as pessoas reais que vivem nele, são um pouco mais complicados que isso.
Ele [escritor] pode até entender a mente humana partindo do pressuposto de um comportamento padrão, mas a mim, minha alma, minha essência, ele não tem como compreender, portanto, não deve me dizer o “modo correto” de agir.
Não estou dizendo que, esses livros não servem para algo, mas as pessoas é que ainda não entenderam que a felicidade não está na prateleira de uma livraria, aos montes e, na sua 25ª edição.
Enquanto lêem esses livros, aprendendo como se deve viver, elas esquecem de viver realmente e, só confirmam o quanto não conseguem se “auto-ajudar” procurando conselhos de um guru que, esse sim, soube se auto-ajudar, afinal, para isso os livros serviram, para enriquecê-los.
Mais uma vez, quero esclarecer que não falo isso em detrimento dos livros, pois sou defensor do pensamento que toda leitura tem sua importância. Basta que, você, saiba “filtrar” as informações que lhe serão necessárias. Isso sim, seria auto-ajuda. Ou seja, você, procurando nas suas experiências de vida o melhor modo de enfrentar a situação.
Se prender a esses livros, seria o mesmo que, se anestesiar para não sentir a dor, ao invés de tomar o medicamento que combateria a doença.
Mas no final das contas, o mais estranho é que, a medida que vejo meu texto desenvolvendo, deixo de “atacar” o livro de auto-ajuda e, adoto a postura de conselheiro, dizendo como as pessoas devem proceder diante desses livros.Talvez seja uma necessidade humana, dar pitaco na vida alheia.
Partindo da idéia que estou “ouvindo” os conselhos do escritor [do livro de auto-ajuda], então, deixa de ser auto-ajuda e passa a ser uma espécie de – digamos –, consulta.
Como é que pode uma pessoa dizer como eu devo agir?? Alguém pode até defender utilizando do argumento que, os sentimentos (dor; amor; ódio; tristeza) são iguais em todas as pessoas. Porém, eu rebato dizendo que, cada ser, expressa esses sentimentos em maior ou menor intensidade. E é justamente isso que nos faz tão complexo, é a nossa “particularidade”.
Daí vem uma pessoa que não me conhece, não compreende a minha cultura, não acompanhou a minha formação, e diz que basta eu sorrir e dizer “obrigado”, que o mundo – misteriosamente – sorrirá de volta pra mim. Não, o mundo real e as pessoas reais que vivem nele, são um pouco mais complicados que isso.
Ele [escritor] pode até entender a mente humana partindo do pressuposto de um comportamento padrão, mas a mim, minha alma, minha essência, ele não tem como compreender, portanto, não deve me dizer o “modo correto” de agir.
Não estou dizendo que, esses livros não servem para algo, mas as pessoas é que ainda não entenderam que a felicidade não está na prateleira de uma livraria, aos montes e, na sua 25ª edição.
Enquanto lêem esses livros, aprendendo como se deve viver, elas esquecem de viver realmente e, só confirmam o quanto não conseguem se “auto-ajudar” procurando conselhos de um guru que, esse sim, soube se auto-ajudar, afinal, para isso os livros serviram, para enriquecê-los.
Mais uma vez, quero esclarecer que não falo isso em detrimento dos livros, pois sou defensor do pensamento que toda leitura tem sua importância. Basta que, você, saiba “filtrar” as informações que lhe serão necessárias. Isso sim, seria auto-ajuda. Ou seja, você, procurando nas suas experiências de vida o melhor modo de enfrentar a situação.
Se prender a esses livros, seria o mesmo que, se anestesiar para não sentir a dor, ao invés de tomar o medicamento que combateria a doença.
Mas no final das contas, o mais estranho é que, a medida que vejo meu texto desenvolvendo, deixo de “atacar” o livro de auto-ajuda e, adoto a postura de conselheiro, dizendo como as pessoas devem proceder diante desses livros.Talvez seja uma necessidade humana, dar pitaco na vida alheia.
sábado, 12 de janeiro de 2008
METAMORFOSES, UNIVERSO E A AMIZADE.
A rua vinha em nossa direção – como um cachorro que corre para seu dono –, e nós, íamos nela.
A cada passo que dávamos, era um passo para o futuro. Não esse futuro das ficções científicas. Não. Era o futuro real, aquele que a gente pega e molda entre os dedos como massinha de modelar. O futuro invisível, e tão palpável. E o que esperar dele? Nada. Essa não era a questão.
Continuamos a andar, discutindo sobre as metamorfoses que sofremos. Falando quem éramos ontem, e quem somos hoje. Rompíamos o futuro a cada passo que dávamos, e ele [o futuro] tocava-nos no rosto como o vento, sempre tão misterioso, tão incerto, tão solitário [como nós], porém, muito verdadeiro. E numa troca de posições, em segundos, o futuro a minha frente se transformava no passado as minhas costas.
E a rua vinha em nossa direção, e nós, íamos nela.
Descobrindo que para ser feliz basta uns goles de gargalhada, ouvido e boca sinceros, abraços calorosos, e verdade no olhar.
Sentamos na calçada. Tomamos mais uns goles de gargalhada. Mesmo parados, a Vida continuava passando por nós.
Nos levantamos e retomamos a caminhada. E caminhando, um ao lado do outro, vimos o universo se expandir [como um novo Big Bang], e percebemos que as coisas não deixam de acontecer se não estivermos lá para ver. Pelo contrário, elas acontecem, sim! Aí, é nessa hora que vemos o quanto somos pequenos, mas, paradoxalmente grandes, pois podemos interferir no universo de outra forma: conhecendo alguém e sendo um agente transformador dessa vida, pois transformando uma vida, transformamos o universo.
E a rua vinha em nossa direção, e nós, íamos nela.
A cada passo que dávamos, era um passo para o futuro. Não esse futuro das ficções científicas. Não. Era o futuro real, aquele que a gente pega e molda entre os dedos como massinha de modelar. O futuro invisível, e tão palpável. E o que esperar dele? Nada. Essa não era a questão.
Continuamos a andar, discutindo sobre as metamorfoses que sofremos. Falando quem éramos ontem, e quem somos hoje. Rompíamos o futuro a cada passo que dávamos, e ele [o futuro] tocava-nos no rosto como o vento, sempre tão misterioso, tão incerto, tão solitário [como nós], porém, muito verdadeiro. E numa troca de posições, em segundos, o futuro a minha frente se transformava no passado as minhas costas.
E a rua vinha em nossa direção, e nós, íamos nela.
Descobrindo que para ser feliz basta uns goles de gargalhada, ouvido e boca sinceros, abraços calorosos, e verdade no olhar.
Sentamos na calçada. Tomamos mais uns goles de gargalhada. Mesmo parados, a Vida continuava passando por nós.
Nos levantamos e retomamos a caminhada. E caminhando, um ao lado do outro, vimos o universo se expandir [como um novo Big Bang], e percebemos que as coisas não deixam de acontecer se não estivermos lá para ver. Pelo contrário, elas acontecem, sim! Aí, é nessa hora que vemos o quanto somos pequenos, mas, paradoxalmente grandes, pois podemos interferir no universo de outra forma: conhecendo alguém e sendo um agente transformador dessa vida, pois transformando uma vida, transformamos o universo.
E a rua vinha em nossa direção, e nós, íamos nela.
FÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉRIAAAAAAAAAAAAAS
Olá pessoas!
Como fazia muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuitos séculos que eu não passava por aqui, resolvi anunciar formalmente para todo o submundo que ESTOU DE FÉRIAS!!!!!!!!!!!
T_T
Sinto-me realmente, realmente feliz! Queria ter o dom de certo maninho (vide posts abaixo) para escrever um texto lindo e cheio de meandros, com gueres-gueres e sei lá mais o que! srsrsrsrsrsr
Mas ando sem muita inspiração ultimamente, graças a todas as divindades, estou de férias da faculdade, já pensaram uma jornalista sem conseguir escrever matérias... mas então... deixando de enrolação e indo ao ponto do motivo do post...
Estou de férias, e vou dar férias para vcs da minha pessoa!
srsrsr
Por motivos de força maior, irei conectar menos durante o dia e mais só nos fds!
Antes que alguém diga (pq sempre tem os emos mode on), é mais para descansar os pulsos coitados, ambos com tendinite.
Então, tenho uma sucessão de sabados pela frente... qud quiserem skypear, não exitem em me convidar, já que não precisamos digitar né msm!
No mais, estarei aproveitando a praia (vide foto acima) por vcs! Bjuuuuuuuuuuuuus
Adoro a todos!!!!!!
E não lotem muito pouco a minha caixa de email!
srsrsrsr
terça-feira, 1 de janeiro de 2008
JANEIROS
Finalmente janeiro chegou! E com ele, a esperança de um ano melhor, de um mundo melhor!
Mas que “mística” é essa que nos envolve e nos faz pensar que este ano será melhor só porque ele é novo?! Não sei. Só sei que o momento de desejar que tudo melhore é esse. Mas é só isso que as pessoas fazem: desejam.
Devemos é trabalhar para que este ano seja melhor que o anterior.
No final do ano, as pessoas telefonam para “Deus e o mundo” desejando tudo quanto é coisa boa, fazem seus exames de consciência e pedem a Deus que tudo melhore. Mas continuam presas a velhos vícios e comportamentos que jamais contribuirão para o seu crescimento pessoal. Claro que temos falhas! Mas como posso ter aquele corpo atlético se nunca faço exercício e continuo me entupindo de doces e chocolates?! Como vou conseguir aquele emprego dos sonhos ou ter aquele salário, se não me qualifico?! Como vou ter aquele amor, se não paro de afastar as pessoas de mim?! E como posso me incomodar com o menino que bate no vidro do meu carro pedindo uns trocados se, ao invés de educação, alimentação e segurança de um lar, eu dou justamente uns trocados?!
Portanto, vamos eliminar [ou moderar] os doces da nossa alimentação; vamos nos qualificar; amar a nós mesmo para, finalmente, poder amar ao outro; e vamos acabar com a indiferença social, parar de dar trocados, pois esses trocados representam a nossa “isenção” de responsabilidade com o próximo. Ser uma pessoa melhor do que ano passado tem que ser uma ação prioritária e não apenas um desejo!
Finalmente janeiro chegou! E com ele a esperança de um ano melhor, de um mundo melhor!
Mas que “mística” é essa que nos envolve e nos faz pensar que este ano será melhor só porque ele é novo?! Não sei. Só sei que o momento de desejar que tudo melhore é esse. Mas é só isso que as pessoas fazem: desejam.
Devemos é trabalhar para que este ano seja melhor que o anterior.
No final do ano, as pessoas telefonam para “Deus e o mundo” desejando tudo quanto é coisa boa, fazem seus exames de consciência e pedem a Deus que tudo melhore. Mas continuam presas a velhos vícios e comportamentos que jamais contribuirão para o seu crescimento pessoal. Claro que temos falhas! Mas como posso ter aquele corpo atlético se nunca faço exercício e continuo me entupindo de doces e chocolates?! Como vou conseguir aquele emprego dos sonhos ou ter aquele salário, se não me qualifico?! Como vou ter aquele amor, se não paro de afastar as pessoas de mim?! E como posso me incomodar com o menino que bate no vidro do meu carro pedindo uns trocados se, ao invés de educação, alimentação e segurança de um lar, eu dou justamente uns trocados?!
Portanto, vamos eliminar [ou moderar] os doces da nossa alimentação; vamos nos qualificar; amar a nós mesmo para, finalmente, poder amar ao outro; e vamos acabar com a indiferença social, parar de dar trocados, pois esses trocados representam a nossa “isenção” de responsabilidade com o próximo. Ser uma pessoa melhor do que ano passado tem que ser uma ação prioritária e não apenas um desejo!
Finalmente janeiro chegou! E com ele a esperança de um ano melhor, de um mundo melhor!
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